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Sociedade civil debate impactos negativos de financiamentos do BNDES

Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a projetos de empresas privadas das áreas de mineração, siderurgia, etanol, petróleo e gás, termelétricas e agropecuária apresentam, de modo geral, impactos socioambientais e econômicos negativos para as populações dos territórios afetados.

O assunto será discutido, a partir de hoje (23) pela rede de organizações da sociedade civil brasileira que compõem a Plataforma BNDES, no 1º Encontro Sul-Americano de Populações Afetadas pelos Projetos Financiados pelo banco, que ocorre até a quarta-feira (25), no Rio de Janeiro.

O mapeamento dos projetos financiados pelo BNDES está sendo feito pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e, após o encontro, ficará disponível no site da Plataforma BNDES para acesso e inclusão de depoimentos de todos os interessados.

O coordenador do Ibase, integrante da Plataforma BNDES, João Roberto Lopes, disse que a ideia é “qualificar o impacto desses projetos nos territórios, do ponto de vista social e ambiental”. Os filtros disponibilizados no mapa mostram, por exemplo, que há participações cruzadas nas empresas. “A gente percebe que, na verdade, existe uma grande rede oligopolista de empresas que controlam esses setores”. Lopes citou como exemplo empresas de mineração e frigoríficos.

A base do mapa são os projetos financiados pelo BNDES nos últimos 12 meses, divulgados no portal da instituição. Lopes informou que as áreas de proteção ambiental e reservas indígenas são as mais afetadas pelos empreendimentos financiados. Advertiu, porém, que não se pode esquecer que as populações que estão além desses territórios também sofrem impacto.

Na sua opinião, extrai-se a riqueza de um local, cujos moradores têm um retorno muito pequeno, quase inexistente. “Nós estamos falando de um tipo de desenvolvimento que, na verdade, empobrece, atrasa. Um desenvolvimento que não beneficia a sociedade.”

Um documento conclusivo do encontro será entregue pela Plataforma BNDES ao presidente da instituição, Luciano Coutinho, na quarta (25). Desde 2005, o movimento busca um processo de interlocução com o banco, que ganhou dimensão de um processo de negociação, em 2007.

João Roberto Lopes afirmou que houve avanços na agenda de transparência dos projetos apoiados pelo BNDES, embora “de maneira muito tímida”. Ele defendeu a reorientação dos financiamentos do banco, “seja na adoção de critérios sociais e ambientais, seja na implementação de ações mais efetivas em termos de apoio à agricultura familiar, ao financiamento de fontes alternativas de energia e também a empreendimentos de economia solidária”.

O objetivo do encontro é provocar uma mobilização maior dos setores que são diretamente afetados pelos financiamentos do BNDES e dimensionar a corresponsabilidade do banco em relação a esses impactos.

Reportagem de Alana Gandra, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/11/2009

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2 thoughts on “Sociedade civil debate impactos negativos de financiamentos do BNDES

  • Jorge Marcos Barros

    Ao mergulhar no história da riqueza dos homens, inspirado também no livro que leva esse nome, cujo autor é Leo Huberman, percebemos que com a substituição do “escambo”, pelas suas muitas inefiências, pela moeda, logo depois pela moeda papel e por último pelo papel moeda que vem até os nossos dias,e com a evolução do homem do Sistema Feudal para o Mercantilismo e depois para a Revolução Industrial, estes dois últimos proporcionaram a criação do Sistema Financeiro que são administrados pelos Bancos. Portanto, em primeira instância, os responsáveis diretos pelo caos e a degradação que se apresenta hoje no planeta são os bancos, já que são eles que financiam e administram a mola que move o mundo, o dinheiro, a despeito da nacionalidade da moeda. Penso em consequência, que todos os bancos do mundo, a despeito de ser ou não o BNDES, deveriam reeducarem seu corpo funcional e ajustarem tanto sua Missão, quanto sua Visão, para um MUNDO SUSTENTÁVEL, onde seus empréstimos poderiam ser cognominado de FINANCIAMENTO VERDE SUSTENTÁVEL.
    Prof. Jorge Barros
    Educador, gestor e analista socioambiental

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