Pequi: O verdadeiro ouro verde do Cerrado! artigo de Giltarlã Araújo Lima
Pequizeiro em quintal urbano
Pequis maduros
[EcoDebate] Na sexta feira próxima passada, dia 13 de novembro de 2009, o Globo Reporte da Rede Globo de Televisão apresentou uma reportagem especial sobre a destruição dos cerrados brasileiros, e apontou as conseqüências desastrosas que estão acontecendo e que irão acontecer em virtude dessa atitude desastrosa de médias e grandes empresas contra o meio ambiente e todas as formas de vida existentes nesse bioma.
O Brasil possui cerca de trinta por cento das espécies de plantas e de animais conhecidas no mundo, que estão distribuídas em seus diferentes ecossistemas. É o país detentor da maior diversidade biológica do planeta. A região dos cerrados, com seus 204 milhões de hectares – aproximadamente 25% do território nacional – apresenta grande diversificação faunística e florística em suas diferentes fisionomias vegetais. A área core está localizada essencialmente no Planalto Central onde se encontra o divisor de águas das três grandes bacias hidrográficas do país.
Os frutos nativos do Cerrado – base de sustentação da vida silvestre e fonte de alimento para as populações rurais – possuem enorme valor nutritivo. Cem gramas de sementes de Baru fornecem 617 calorias e 26% de proteína. Em 100 g de polpa de Pequi, encontramos 20 mil microgramas de vitamina A e 100 g de polpa de Buriti contêm 158 mg de cálcio.
– Pequi
O pequizeiro (Caryocar brasilliense Camb.) é uma árvore típica do cerrado brasileiro. O fruto é chamado de pequi que, em língua indígena da região, significa “casca espinhenta”. A coleta de frutos implica a exportação de nutrientes, e para cada tonelada de fruto fresco seguem 4,3 kg de potássio, 1,8 kg de nitrogênio e 0,1 kg de fósforo (Miranda et al., 1987 apud Almeida et al., 1998).
Segundo Franco (1982) apud Almeida et al., (1998), 100 g de polpa de pequi contém:
Vitamina A 20.000 mg
Vitamina C 12 mg
Tiamina 30 mg
Riboflavina 463 mg
Niacina 387 mg
O pequi é considerado a “carne” do Cerrado. Além das proteínas, poliglicerídeos e carboidratos necessários ao organismo, contém alto teor de pró-vitamina “A” em sua polpa. O pequizeiro é uma planta muito versátil, no que diz respeito às suas utilidades, pois dela se aproveita praticamente tudo.
O pequi é muito apreciado nas regiões onde ocorre: o arroz, o frango e o feijão cozidos com pequi são pratos fortes da culinária regional; o licor de pequi tem fama nacional; e há, também, uma boa variedade de receitas de doces aromatizados com seu sabor. Como medicinal o óleo da polpa tem efeito tonificante, sendo usado contra bronquites, gripes e resfriados e no controle de tumores. É comum o óleo ser misturado ao mel de abelha ou banha de capivara, em partes iguais, e a mistura resultante ser usada como expectorante. O chá das folhas é tido como regulador do fluxo menstrual. Na indústria cosmética, fabricam-se cremes para a pele tendo o pequi como componente.
Portanto, nesse momento que o presidente LULA estará representando o Brasil, em Roma – Itália, na Conferência Mundial de Segurança Alimentar, faz-se necessário que tanto ele como todos os brasileiros e os governantes mundiais revejam a situação dos cerrados, pois não precisam derrubar e matar a sua vegetação para produzir alimento. O cerrado vivo, já é por si só um grande produtor de alimento, capaz de contribuir sistematicamente com a erradicação da fome e da má alimentação no Brasil e no planeta.
O Pequi também ameniza o tratamento de câncer
Pesquisadores da UnB mostram que fruto ameniza ação degenerativa de drogas do tratamento da doença. Há quem não goste, mas quem não dispensa o pequi, um dos mais tradicionais ingredientes da culinária, tem agora mais motivos ainda para consumi-lo. O fruto típico do Cerrado tem propriedades que o indicam como coadjuvante eficiente no tratamento de câncer e, ainda, para o retardamento da velhice. Os dados foram levantados em pesquisa coordenada pelo professor César Koppe Grisólia, do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB).
A pesquisa concluiu que o pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos. Os testes realizados em camundongos submetidos a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e blomicina, usadas no tratamento de pacientes com câncer, revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causados às células pela combinação das drogas.
Giltarlã Araújo Lima, Pedagogo e Terapeuta, Presidente do CMS de Balsas e Presidente do Núcleo Cerrado Vivo
giltarlan_gita{at}hotmail.com
Colaboração do Fórum Carajás para o EcoDebate, 16/11/2009
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