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COP 15 rumo ao fracasso: EUA e China descartam acordo definitivo em Copenhague

Líderes do bloco econômico Apec, responsável por 54% das emissões mundiais de gases estufa, acatam proposta dinamarquesa de fechar apenas acordo político em Copenhague e adiar definição de metas de redução para 2010.

Há três semanas do início do encontro, as chances de que um acordo climático definitivo seja alcançado na conferência de Copenhague são cada vez menores. Os países do Fórum Econômico Ásia-Pacífico (Apec) – entre eles, os Estados Unidos, a China e Cingapura, os três maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo – decidiram neste domingo (15/11) apoiar uma “solução em dois tempos” proposta pelo primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen.

Assim, em vez de um acordo vinculativo com metas drásticas de redução dos gases do efeito estufa para as nações industrializadas, a conferência de Copenhague (entre 7 e 18 de dezembro) deverá chegar apenas a um acordo político que sirva de ponto de partida para novas negociações.

Na declaração final do encontro do Apec, divulgada neste domingo em Cingapura, consta apenas que os 21 países do bloco buscarão um “resultado ambicioso” em Copenhague. A passagem sobre um comprometimento com a redução pela metade das emissões até 2050 foi riscada do documento. Os países do Apec são responsáveis por 54% das emissões globais de gases do efeito estufa.

Rasmussen fez neste domingo uma viagem-surpresa para Cingapura, para se encontrar com os líderes do Apec. Ele se reuniu com 19 chefes de Estado e de governo, entre eles os presidentes dos EUA, Barack Obama, da China, Hu Jintao, num café da manhã organizado à margem da reunião do fórum econômico.

Antes da chegada de Rasmussen, Obama, Jintao e os demais chefes de Estado e de governo do Apec haviam concordado que a reunião de Copenhague passaria a ser uma estação intermediária no caminho para um acordo climático definitivo.

Eles preveem que seja necessário ao menos mais um encontro em 2010 na Cidade do México para se chegar a um acordo vinculativo, com metas claras de redução de emissões para cada país.

“Diante do fator tempo e da situação de alguns países, temos que nos concentrar naquilo que é possível e não no que é impossível nas próximas semanas”, declarou Rasmussen, que será o anfitrião da conferência na capital dinamarquesa.

Obama apoia a “solução em dois tempos”. As consultações para aprovação de uma lei de proteção climática ainda estão em andamento no congresso dos EUA e não devem ser concluídas antes do encontro de Copenhague. Segundo o negociador americano Michael Froman, os líderes reunidos em Cingapura concordaram que a conferência de Copenhague tem de ser um sucesso. Mas, ao mesmo tempo, avaliaram que é irreal concluir um acordo vinculativo de caráter mundial nos 22 dias restantes.

A cúpula do Apec foi o último grande encontro de líderes mundiais antes da conferência do clima de Copenhague, organizada pelas Nações Unidas.

AS/rtr/afp/ap/dpa/lusa
Revisão: Marcio Damasceno

Matéria da Agência Deutsche Welle, DW-WORLD.DE, publicada pelo EcoDebate, 16/11/2009

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