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Relatório da ONG Amigos da Terra afirma que mercado de carbono pode se tornar o novo ‘sub prime’

ONG Amigos da Terra critica ênfase em mecanismos de crédito no combate à poluição

A expansão desenfreada do mercado de crédito de carbono pode acabar em uma nova crise de ‘sub primes’, afirma o relatório “Uma perigosa obsessão”, divulgado nesta quinta-feira (5/11) pela ONG Amigos da Terra.

As ‘sub primes’ foram um dos desencadeadores da crise financeira global. Elas são empréstimos concedidos, nos EUA, a indivíduos e empresas que não ofereciam garantias de pagamento, sendo, portanto, investimentos de risco para bancos e de especulação. O calote dado nessa linha de crédito principiou outras quedas no mercado.

A ONG teme que os créditos de carbono se tornem elemento de especulação internacional, prejudicando, assim, a diminuição da emissão de gases poluentes. Isso porque, atualmente, a maior parte da compra de ativos é feita por bancos e não por indústrias. Nessa medida, a Amigos da Terra acredita que as instituições financeiras possam reter ou liberar créditos não pensando no meio ambiente, mas na maximização dos lucros.

“O mercado de carbono está falhando em reduzir emissões, mas permite a especuladores fazerem fortuna a partir da crise climática e dão a políticos e indústrias ferramentas para continuar poluindo como sempre”, critica Sarah Jayne-Clifton, diretora da ONG e autora do relatório.

O mercado de carbono, ativo principalmente na Europa, movimentou US$ 126 bilhões em 2008. Previsões sugerem que o giro chegue a US$ 3,1 trilhões em 2020.

O relatório cita o Brasil como exemplo da possibilidade de fracasso do mecanismo. O país é apontado como um dos maiores recebedores de crédito de carbono em 2012, ao lado da Índia, China e Coréia do Sul. Como economias emergentes, precisarão de grandes investimentos para limpar sua matriz energética e produtiva. Ao mesmo tempo, possuem recursos naturais capazes e tecnologia para gerar esse crédito.

No entanto, segundo a publicação, os custos dos países em desenvolvimento mais avançados são altos em comparação com os demais locais. Logo, não haveria incentivos para realizar mudanças estruturais em seu esquema produtivo.

Íntegra do documento pode ser lida em http://www.foe.co.uk/resource/reports/dangerous_obsession.pdf

* Informe do Jornal da Ciência, SBPC, publicado pelo EcoDebate, 07/11/2009

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