Pesquisadores descobrem o quanto o clima é afetado pelo uso da terra
Infográfico do Correio Braziliense
Enquanto delegados de quase 200 países discutem, em Barcelona, formas de combater o aquecimento global, uma equipe de pesquisadores norte-americanos constatou que adaptações no solo podem ser uma boa arma contra as mudanças climáticas. A partir de imagens por satélite, eles descobriram o quanto a temperatura é afetada pelo uso da terra.
O estudo, que será publicado pelo Royal Meteorological Society\’s International Journal of Climatology, foi conduzido por cientistas das universidades de Purdue, Colorado e Maryland. Os pesquisadores verificaram que coberturas verdes ajudam a deixar a temperatura mais fria, enquanto o solo descoberto faz subir os graus do termômetro. Para Dev Niyogi, professor de ciências atmosféricas e agrônomas da Purdue University e um dos autores do estudo, o entendimento de como o uso do solo influencia nas mudanças climáticas pode trazer diversos benefícios, como a criação de espaços verdes e zonas de amortecimento de calor ao redor das áreas urbanas. Reportagem de Paloma Oliveto, do Correio Braziliense.
“O que nós ressaltamos é que a tendência de aquecimento da temperatura pode ser parcialmente explicada pelas intervenções no uso do solo”, diz Niyogi. Para o principal autor do estudo, Souleymane Fall, comparado às emissões de carbono na atmosfera, a relação entre aquecimento global e solo tem sido pouco estudada, mas ele observa que isso está começando a mudar. “As pessoas já percebem que a cobertura do solo também é um fator importante e não apenas numa escala local, mas regional”, afirma. Fall está cursando doutorado em Purdue e sua tese tem como foco os impactos da superfície nas tendências de mudança de temperatura.
“Acredito que o aquecimento causado pelos gases de efeito estufa é muito importante, mas o uso do solo não deveria ser negligenciado. Isso também contribui para o aquecimento, especialmente nas áreas urbanas e desérticas”, alerta Eugenia Kalnay, professora da University of Maryland e coautora do estudo.
Juntamente com Ming Cai, ela desenvolveu a metodologia que permitiu, pela primeira vez, mostrar quantitativamente os efeitos da superfície na oscilação da temperatura. O método, chamado OMR, considerou dados estatísticos, observações do solo por satélite e medição da temperatura. As informações foram cruzadas por um programa de computador que possibilitou a visualização das constatações teóricas dos pesquisadores (veja imagem). (PO)
EcoDebate, 06/11/2009
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