Doenças tropicais negligenciadas cobram um preço amargo, artigo de Donald G. McNeil Jr
Países muçulmanos carregam nos ombros “uma carga devastadora” das doenças tropicais negligenciadas do mundo, segundo um artigo [The Neglected Tropical Diseases and Their Devastating Health and Economic Impact on the Member Nations of the Organisation of the Islamic Conference] publicado no Public Library of Science Neglected Tropical Diseases.
O artigo, uma combinação de análise e editorial escrito pelo editor do jornal, Peter J. Hotez, mostra que os estados-membros da Organização da Conferência Islâmica respondem por 40% das infestações com vermes intestinais do mundo.
Infestações por vermes, mais comuns em crianças, podem atrasar seu crescimento e deixá-las cansadas demais para permanecerem acordadas na escola. Os vermes podem causar uma anemia perigosa em mulheres grávidas e dores incapacitantes em agricultores.
Os países-membros também têm 20% dos casos de hanseníase e 21% dos tracomas que causam cegueira.
Ao mesmo tempo, explicou o artigo, não há faculdade de medicina tropical em parte alguma do mundo islâmico, embora vários países do Golfo Pérsico estejam construindo universidades de primeira linha.
Hotez escreveu que atacar doenças negligenciadas – a maioria delas tem soluções simples e baratas – era uma forma eficaz e econômica de ajudar os pobres em países muçulmanos.
“Ações conjuntas entre países do G8 e famílias e governos importantes no Golfo Pérsico”, escreveu ele, “poderiam representar um começo impressionante”.
Em entrevista, Hotez disse que começou a trabalhar em seu artigo depois de ouvir o presidente Barack Obama pedir, em junho, no Cairo, uma nova relação entre o islã e o Ocidente. Os petrodólares, o conhecimento médico ocidental e uma melhor governança em alguns países muçulmanos poderiam melhorar rapidamente a situação de muitos pobres, afirmou o editor.
Tradução de Gabriela d’Avila no UOL Notícias.
EcoDebate, 31/10/2009
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