Brasil, Rússia, China e Índia-BRIC: Como conciliar interesses sócio-econômicos e político-ambientais? artigo de Carol Salsa
BRIC. Imagem Wikimedia Commons
[EcoDebate] Para abordarmos a questão nos valemos de conceitos tais como: identidade, estratégia, desafios e oportunidades sem que esta ordem de exposição seja necessariamente obedecida.
Nomeado recentemente presidente do Conselho Diretor do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, o pesquisador Carlos Nobre, do Inpe, mostra-se otimista em relação à formação do BRIC. Alega que até meados de 2012 sairá o primeiro relatório que será incorporado rapidamente em políticas públicas no País para que possa servir ao próximo relatório do IPCC. Uma das metas é fazer com que as avaliações científicas rigorosas – com metodologia bastante transparente, envolva toda a sua comunidade científica brasileira e que tenha seus resultados e suas mensagens principais aprovadas pelos tomadores de decisão de governos.
Os grandes desafios a serem vencidos pelo Brasil são relativos às diferentes agendas dos demais países do BRIC, a falta de estratégia, a falta de informações comerciais, restrição comercial à China, falta de diversificação da pauta comercial restrita à soja e minérios, oportunidades desperdiçadas, superação das dificuldades, entre outras. Diferentemente desta colocação se situa o ex – presidente do Senado, Sr. Aldo Rebelo. Disse ele, em 2006, que o BRIC representa a construção de um mundo mais equilibrado compartilhando experiências para ampliar o crescimento econômico e social e que essas nações reúnem 2,6 bilhões de habitantes – quase metade da população mundial e que conhecem uma “dinâmica de desenvolvimento econômico” em termos de comércio internacional.
Em dezoito de junho de 2009 a oposição política ao atual governo afirma que o Brasil idolatra os BRICs e os BRICs idolatram os parceiros do mundo rico. Estaríamos por acaso servindo de enfeite de natal tal como “vaca de presépio”? O que se diz é que os três outros países já têm um envolvimento maior com o resto do mundo se comparado ao Brasil.
Procurar identidades de cada país para desenvolvimento de pontos em comum seria uma saída. O BRIC envolve quatro países em três continentes, e a Rússia pertence ao BRIC e G-8. Mas, a Rússia chegou a ser colocada fora do grupo dos BRICs por alguns analistas financeiros. A única identidade garantida aos quatro países é que somos países emergentes, e nada mais.
Insistindo no que é comum aos quatro países temos exemplos que a construção de uma identidade está baseada numa bandeira que inspira a trajetória de negociações, reinvindicações e propostas estratégicas envolvidas nesta edificação. Relações de poder hierárquico na história da civilização, o confronto aceito entre o novo mundo e o velho mundo, formas organizativas e estratégias individuais e coletivas de enfrentamento são necessários às relações internacionais.
Deveríamos ter bem claro a origem da “militância” que busca definir um espaço sobre o qual estará envolvido o projeto socioeconômico e político ambiental dos países que compõem o BRIC. O conhecimento da forma como eles interagem com o mundo, a incorporação de temas do cotidiano, da sobrevivência, da solidariedade, das relações interpessoais no fazer política poderá ser uma aprendizagem.
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Outra categoria da construção identitária está ligada às exportações e importações. Os processos desta construção baseiam-se em como os poderes hegemônicos se estabeleceram ao longo da tradicional história de seus povos e dos novos contatos comerciais. Pergunta-se: Como conformaram suas identidades políticas e estratégicas acionando formas do exercício do poder que eticamente se orientam pelos ideais de respeito às diferenças, sejam elas quais forem?
O tema fascina pela ambiguidade de seu conteúdo. Uma pergunta que não nos deixa calar é por que o Brasil se aliou aos maiores poluidores do planeta?
Podemos sugerir que a solução para o evento da COP-15 na Dinamarca é o Brasil assumir a liderança face à sua estabilidade econômica, pelos projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo, por sua matriz energética, pelo desenvolvimento de tecnologias que contemplam as energias renováveis, etc. que lhes dá posição de destaque no seu discurso perante o mundo.
Fontes:
http://www.camara.gov.br/internet/jornalcamara/materiasp?codMa..
http://events.br.msn/noticias/bric-2020-artigo.asp?cp-documen…
Carol Salsa, colaboradora e articulista do EcoDebate é engenheira civil, pós-graduada em Mecânica dos Solos pela COPPE/UFRJ, Gestão Ambiental e Ecologia pela UFMG, Educação Ambiental pela FUBRA, Analista Ambiental concursada da FEAM.
EcoDebate, 28/10/2009
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Assistindo a um seminário na Espanha, estavam presentes alguns embaixadores da Ásia, e representantes da camara de comércio da America Latina e Ásia, foi colocado que 40% de toda a matéria prima que a China consome na produçao é proveniente do Brasil.
Os recursos naturais estao acabando e a velha cartilha do poder dominante é que a tecnologia é valorizada e os recursos naturais nao…bem, o mundo desenvolvido enxerga alguns países do terceiro mundo e emergentes como o quintal deles…assim devastam a África, parte da Ásia e a América Latina.
Assisti comentários que o mundo desenvolvido prefere importar alimentos, pois o consumo de água é muito alto…isso, ouvi na EXPOZARAGOZA2008. A Amazonia tem o maior percentual de água doce superficial do planeta…e está sendo devastada…
Vivemos sem tecnologia, mas sem alimentos nao…´mais uma coisa que ouvi que me chocou foi a palestra de uma cientista americana falando que o tsunami pode ter sido provocado pelo sal que retiram da água, no processo de osmose inversa…esse sal é tao tóxico que é enterrado a 5.000 mil metros de profundidade nos oceanos…
Temos que enxergar isso…o valor dos recursos naturais para o planeta…a tecnologia é importante, mas o recurso natural é mais……muito mais… ou seja, é como se nós pagássemos, o estudo deles com os nossos recursos naturais, para eles se formarem em tecnologia…
Só espero que o Brasil acorde antes da Amazonia legal se transformar em cinzas…