Grandes hidrelétricas na Amazônia, artigo de Edilberto Sena
[Ecodebate] O governo brasileiro está obstinado a construir 10 grandes hidrelétricas na Amazônia de qualquer jeito, mesmo que as provas técnicas mostrem que haverá destruição em grande parte dos rios, florestas, animais e seres humanos, afinal todos sacrificados para satisfazer as metas do governo federal . Se for preciso esconder a verdade sobre o desastre, que se esconda, se for preciso fazer propaganda enganosa que se faça. É preciso cumprir as metas do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Estão sendo construídas já agora 1 grande usina em Aripuanã, Amazonas; duas grandes, no Rio Madeira, Rondônia; uma no Município de Estreito, em Tocantins. Já estão em estudos finais, 5 usinas no Rio Tapajós, a maior delas logo adiante de Itaituba, em São Luiz do Tapajós e, nesta semana que passou, já estão sendo feitas as audiências públicas para construir a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu.
As informações que chegam de lá são que, a Eletronorte, responsável do governo, pelas desgraças das hidrelétricas na Amazônia, realiza o teatro das audiências públicas apressadamente para cumprir a lei, mas sem levar em conta a discordância e indignação dos povos da região. E haja propaganda enganosa, de que o Brasil tem pressa em construir grandes usinas para garantir o que eles chamam de desenvolvimento.
O mesmo governo que fala em proteção da Amazônia, em soberania nacional, é o mesmo que gasta bilhões de reais para construir usinas para servir às companhias mineradoras estrangeiras e empresas construtoras. O que está acontecendo nestes dias em Altamira, logo, logo acontecerá em Itaituba e Santarém, as audiências de mentira para legalizar a destruição do rio Tapajós com 5 grandes usinas para servir à Alcoa, Zona Franca de Manaus e outras empresas.
Estranho é que, também neste momento a mesma Eletronorte já tem em execução um linhão de transmissão da energia de Tucuruí, saindo de Altamira, indo até o rio Amazonas, com um braço seguindo para Macapá e outro, rumando para Manaus, a fim de atender à urgência da Zona Franca.
É hora urgente de os técnicos, líderes sociais, prefeita, vereadores, igrejas se capacitarem para as audiências públicas sobre o Tapajós. É preciso enfrentar a propaganda enganosa da Eletronorte e tentar evitar a destruição dos rios, florestas e os moradores do alto Tapajós. Não se pode conformar.
Edilberto Sena, da Rádio Rural de Santarém-PA
* Colaboração de Rogério Almeida para o EcoDebate, 17/09/2009
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