Minc diz que as metas climáticas dos EUA são inaceitáveis
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quarta-feira que as metas dos EUA para a diminuição das emissões de gases do efeito estufa são inaceitavelmente fracas, e que o ideal seria que Washington se comprometesse com uma redução de pelo menos 20 por cento em relação aos níveis de 1990.
Em entrevista concedida à Reuters, Minc disse que em breve o Brasil irá anunciar metas para uma redução substancial de suas emissões, a serem levadas para a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, que definirá um novo tratado climático global. Reportagem de Raymond Colitt, da Agência Reuters.
Os EUA até agora se comprometeram apenas em voltar, até 2020, aos mesmos níveis de emissões de 1990. “Nós não aceitamos essa posição. Isso é muito ruim. Eles têm que alinhar-se com metas superiores a 20 por cento de redução”, disse.
O Brasil deve desempenhar um papel importante nas negociações de Copenhague, visando um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto depois de 2012.
Como parte de seus esforços contra o aquecimento, neste mês o governo irá impor novas restrições à plantação de cana e proibir a instalação de novas usinas de açúcar e álcool na Amazônia e no Pantanal, disse o ministro.
De acordo com ele, essas medidas “vão em parte obrigar o agronegócio a mudar o comportamento.”
Na quinta-feira, o governo deve adotar novas restrições para a prática agrícola no Cerrado, onde houve, segundo dados oficiais citados por Minc, uma devastação de 120 mil quilômetros quadrados nos últimos seis anos por causa da atividade rural e da ocupação humana.
“Vamos anunciar as mesmas (medidas) que tomamos para a Amazônia”, disse ele, referindo-se à proibição da venda de produtos agrícolas oriundos de áreas ilegalmente desmatadas.
O Cerrado tem uma rica biodiversidade e ajuda a proteger algumas das maiores reservas de água doce do país. Desde a década de 1970, essa tem sido a principal área de expansão do setor agrícola brasileiro, que é um dos maiores do mundo.
* Reportagem da Agência Reuters, no UOL Notícias.
EcoDebate, 10/09/2009
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