Encontro nacional discute preservação do Cerrado e de suas culturas
Com o objetivo de elaborar diretrizes para as políticas públicas voltadas a preservação do Cerrado e de suas culturas, começou ontem (9), em Brasília, a 6° edição do Encontro Nacional e Feira dos Povos do Cerrado.
Até o dia 13, o evento, que será realizado no Memorial dos Povos Indígenas, pretende reunir cerca de 3 mil pessoas em audiências públicas, oficinas, palestras e feiras artesanais e de comidas típicas.
Um dos temas centrais será a reivindicação para o monitoramento e combate ao desmatamento do Cerrado brasileiro e para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que solicita o reconhecimento da Caatinga e do Cerrado como patrimônios nacionais.
Há 14 anos, a proposta tramita no Congresso Nacional. Os dois temas serão discutidos amanhã (10), em audiência pública conjunta das comissões de Legislação Participativa e do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. “A nossa expectativa é que essa audiência possa reforçar a pressão que os povos do Cerrado querem fazer para a aprovação dessa PEC”, diz a coordenadora-geral do encontro, Marilene Souza.
Os defensores da PEC argumentam que o Cerrado tem sido desprezado por políticas públicas criadas em prol do meio ambiente, já que as ações são normalmente investidas na Amazônia em si. “A gente quer atualizar essas informações. O Cerrado é um bioma importante para a Amazônia pois ele abriga três grandes bacias que abastecem os rios amazônicos. Mas essas políticas estão um pouco fora de foco da importância do cerrado”, explica a coordenadora.
Hoje, delegações de dez estados brasileiros chegam à Brasília para fortalecer as participações da sociedade civil no encontro. Além de oficinas e feiras com artigos tradicionais do Cerrado, o evento traz também painéis ministrados por pesquisadores especialistas no tema que pretendem fazer uma análise social, política, econômica e ambiental do bioma.
Na sexta-feira (11), Dia Nacional do Cerrado, participantes vão promover o Grito do Cerrado, onde sete etnias indígenas programam entregar ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, uma demanda com propostas de preservação ao Cerrado, de alerta à sociedade sobre as políticas de conservação do bioma e com denúncias de ameaças que o Cerrado brasileiro tem sofrido nos últimos anos.
O último dia do encontro está reservado para a elaboração do resumo das discussões do encontro e para que sejam traçadas diretrizes de preservação do Cerrado. “Vamos nortear o nosso trabalho daqui para a frente para se conseguir a aliança dos povos e a defesa do Cerrado, assim como o seu uso sustentável. Ainda há muito o que avançar e o que discutir sobre políticas para o bioma”, enfatiza Marilene.
Reportagem da da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 10/09/2009
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