Aumento do número de catástrofes naturais exige maior prevenção
Casos de incêndios florestais aumentaram
Gastos com medidas para aliviar impacto de catástrofes naturais já passam de 2,7 bilhões de dólares. Para especialistas, adaptação ao clima e prevenção de catástrofes são tão importantes quanto a redução de gases-estufa.
Tufões, deslizamento de terra, enchentes e incêndios florestais: assuntos que se tornaram corriqueiros nas manchetes de jornais. Mas teria a incidência com que ocorrem realmente aumentado ou seria apenas uma impressão causada pelo aprimoramento das tecnologias de comunicação?
Segundo uma pesquisa feita recentemente na Alemanha, dois terços da população do país temem o aumento do número de catástrofes naturais devido às mudanças climáticas.
A cada ano, 250 milhões de pessoas são afetadas por desastres naturais. Desde 1992, a comunidade internacional já gastou mais de 2,7 bilhões de dólares em ações para mitigar os efeitos de furacões, enchentes e secas.
Prejuízos causados por inundação
Evidências concretas
“Quando se observa o número de desastres naturais nos últimos dez anos, não há dúvidas de que os prejuízos aumentaram”, avalia Walter Amma, presidente do Global Risk Forum, de Davos, uma organização que avalia os riscos a que uma sociedade está exposta. “Não se pode nem se deve argumentar que esses eventos são registrados hoje de forma mais precisa e mais rápida do que há 20 anos. A tendência é claramente de aumento.”
Para o Comitê Alemão de Prevenção de Catástrofes (DKKV), as mudanças climáticas têm aumentado a frequência e o impacto de catástrofes naturais. “É preciso lidar com as mudanças climáticas no âmbito regional, especialmente em relação aos eventos mais raros e de grande proporção. Pois as alterações provocadas variam de região para região no que diz respeito a fenômenos extremos”, explica Gerd Tetzlaff, meteorologista da Universidade de Leipizig e presidente do conselho científico do DKKV.
Em alguns países europeus, por exemplo,o aumento das temperaturas tem provocado ondas de calor e, consequentemente, aumentado o risco de incêndios florestais. A mudança climática não é a única responsável pelos desastres, mas cria as condições necessárias a eles.
Em algumas regiões do mundo, os eventos climáticos se tornaram mais extremos do que no passado. “No Caribe, furacões extremos são hoje mais frequentes. Previsões indicam que esse quadro irá persistir, embora ainda seja preciso avaliar a medida exata desse aumento”, pondera Tetzlaff.
Furacão Katrina começou a se formar em 23 de agosto de 2005
O furacão Katrina
A catástrofe provocada em Nova Orleans pelo furacão Katrina em 2005 é uma prova de que países ricos e industrializados também podem sofrer com os efeitos do clima. Entretanto, eles têm mais condições de se prevenir do que países pobres.
“Os impactos das mudanças climáticas serão fortemente sentidos nas regiões ao sul do Saara, na África, também em Bangladesh e em certas ilhas onde as maiores elevações situam-se apenas alguns metros acima do nível do mar”, cita Amman, do Global Risk Forum.
Há algumas semanas, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou que o aumento da seca, das enchentes e de outras catástrofes naturais depende dos resultados que serão alcançados na Conferência Mundial do Clima de Copenhagen, que acontece no final do ano.
O principal objetivo da conferência será a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa, mas, para os especialistas do DKKV e do Global Risk Forum, a adaptação às mudanças climáticas e a prevenção de catástrofes naturais são igualmente importantes.
Autor: Irene Quaile
Revisão: Rodrigo Rimon
Matéria da Agência Deutsche Welle, DW-WORLD.DE, publicada pelo EcoDebate, 27/08/2009
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