Biodiversidade, um recurso pouco valorado, artigo de Carol Salsa
“ A diversidade biológica é a variabilidade entre os organismos vivos, terrestres, marinhos e aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte; isto inclui a diversidade dentro das espécies, entre as espécies, e dentro dos ecossistemas.”
[EcoDebate] A diversidade cultural humana poderia considerar-se parte da biodiversidade. Já conta com alguns atributos que podem ser soluções a problemas de sobrevivência em determinados ambientes. Além disso, ajudam às pessoas a adaptar-se a variação do meio. A diversidade cultural se manifesta na diversidade da linguagem, nas crenças religiosas, nas práticas de manejo da terra, na arte, na música, nas estruturas sociais, na seleção de culturas agropecuárias e em todo atributo da sociedade.
A Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, afirma que a conservação da diversidade biológica é uma preocupação comum da humanidade, porém reafirma que os países têm direitos soberanos sobre seus recursos naturais. A Organização Mundial para a Alimentação e Agricultura (FAO) sugeriu em 1991, que os recursos genéticos são propriedade inalienável de cada país.
Grande parte dos ecossistemas menos alterados em sua biodiversidade de todo o planeta se encontram na América Latina (Patagônia, Amazônia, florestas tropicais de montanha, concentrações de fauna marinha Atlântica ou do Pacífico e a eles deve somar-se a Antártica ).
Nestes âmbitos naturais se encontra uma enorme riqueza genética, o qual motiva os principais laboratórios do mundo, que têm identificado elementos vegetais e animais que dão origem a novos produtos farmacêuticos e alimentícios.
Somos totalmente dependentes do capital natural, biológico. A diversidade dentro e entre as espécies nos tem proporcionado a provisão de alimentos, madeiras, fibras, energia, matérias primas, substâncias químicas, industriais e medicamentos. Os recursos bióticos também servem para os fins e lazer e turismo. Porém, podemos afirmar que tanto a biodiversidade como as atividades relacionadas com o turismo, que são realizadas dentro de regiões específicas, contribuem com milhões de dólares anuais à economia mundial.
O caudal genético das formas de vida ajuda à reciclagem gratuita de recursos, água e os serviços de purificação e de controle natural de pragas.
O potencial desconhecido dos genes, das espécies e os ecossistemas constituem uma fronteira ecológica inalcançável de valor inestimável, porém certamente elevado. A diversidade genética permitirá, em alguns casos, adaptar-se aos cultivos sob novas condições climáticas.
A diversidade específica atual consta estimadamente de 40 a 80 milhões de espécies diferentes, cada uma com variações em sua informação genética, que vivem na variedade de comunidades biológicas. Tem-se classificado e descrito aproximadamente 1,5 milhões de espécies, uma pequena proporção do total, certamente.
As florestas tropicais constituem um verdadeiro tesouro da diversidade biológica do mundo. O mesmo foi desenvolvido por milhões de anos de atividade evolutiva do mundo, formando um banco genético irreparável. Ocupa somente 6% da superfície terrestre, onde vive mais da metade de todas as espécies da Terra.
As espécies silvestres se encontram entre os principais recursos de que dispõe o homem, e, inadvertidamente, os menos utilizados. Estes encerram enormes reservas de produtos valiosos substitutos de fibras e de petróleo. Um exemplo é a Palmeira Babassu (Orbingnya phalerata amazonas ), uma plantação de 500 árvores produz 125 barris de azeite ao ano.
A perda atual da biodiversidade é muito rápida porque não pode ser equilibrada por uma formação de novas espécies, já que se necessita entre 2.000 a 100.000 gerações para que evolua uma nova espécie. A taxa de extinções induzidas pelo homem está se acelerando. A pressão mais forte tem sido exercida sobre ambientes ilhados ou fisicamente limitados ( ilhas, lagoa ,etc).
A redução da biodiversidade se vê ameaçada pelas mudanças climáticas. Considera-se possível uma mudança climática em direção aos pólos a um ritmo de 100 km por século, o que arrasaria reservas naturais e áreas de distribuição de espécies inteiras, muitas classes não poderiam migrar com a rapidez suficiente para permanecer.
Da importância da biodiversidade surge a necessidade de que as autoridades políticas de cada país assumam a responsabilidade indelegável da conservação de sua biodiversidade. Por isso surge a necessidade de realizar ações conjuntas entre os diferentes níveis políticos, econômicos e ambientais que tenham intervenção ou interesse criado na mesma área, podendo ser estas nacionais ou locais. Compartilhando-se as responsabilidades entre as distintas jurisdições que intervenham, em resposta à falta de uma harmonização geográfica natural e não por limites já existentes, os requisitos ou características internacionais vigentes estariam mais próximos da sustentabilidade, se esta ainda resistir ao tempo.
O uso sustentável, reflete-se no emprego dos componentes da diversidade biológica em modo e ritmo tais que não se produza, ao longo do tempo, qualquer redução da biodiversidade, com o que se mantém seu potencial para satisfazer as necessidades e aspirações das atuais e futuras gerações.
Como retardar o processo de extinção da diversidade biológica é um desafio que cabe a todos nós, por ações espontâneas ou induzidas.
Carol Salsa, colaboradora e articulista do EcoDebate é engenheira civil, pós-graduada em Mecânica dos Solos pela COPPE/UFRJ, Gestão Ambiental e Ecologia pela UFMG, Educação Ambiental pela FUBRA, Analista Ambiental concursada da FEAM ; Perita Ambiental da Promotoria da Comarca de Santa Luzia / Minas Gerais.
EcoDebate, 19/08/2009
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Cara Carol
Li seu artigo e envio, em seguida, meus comentários.
Em meio a uma quantidade enorme de dados, consegui pinçar no seu artigo, duas frases de destaque.
1 – “Parte da biodiversidade poderá fornecer substitutos para fibras e petróleo”.
Esta é uma preocupação não tem o menor senso pratico pois sendo o petróleo um PRODUTO que JAMAIS ACABA, a busca por alternativos a ele representa perda de tempo e gasto inútil de recursos.
O petróleo é uma concentração de energia feita,GRATUITAMENTE, pela natureza ao passo que qualquer tentativa de concentração de energia feita pelos humanos não será GRATUITA e alguém vai ter que pagar a conta, digo, SUBSÍDIOS.
É evidente que se for disponibilizada uma forma de energia, com o mesmo poder calorífico dos derivados de petróleo e a preço mais baixo que o do petróleo, eu não irei rejeitá-la só pelo fato do petróleo não acabar.
Pelo contrário, vamos aplaudir e dar o Prêmio Nobel da Energia para o idealizador. Caso isto aconteça, será algo para uso local. Não será uma forma de energia capaz de sustentar um pólo industrial ou um sistema de transporte.
2 – “Devido a importância da biodiversidade surge a necessidade de que as autoridades de cada país assumam a responsabilidade indelegável da conservação da sua biodiversidade”.
Cara Carol, a Sra. haverá de se convencer, um dia, que a vida no planeta Terra, do ponto de vista geológico, ACABOU. Do ponto de vista humano, está na UTI do planeta e por ser ela um fenômeno natural ,nada se pode fazer. Nem contra, nem a favor.
Querer interfeir no prolongamento da vida e como querer influenciar no regime de ventos, no clima, nas ondas do mar, nos terremotos, tsunamis e outros fenômenos naturais.
A Sra. há de se convencer, também, que “doenças” não existem. Não sou eu quem disse, foi Hipocrates, o PAI da medicina com o qual eu concordo em gênero número e grau. A invenção de “doenças” por parte dos médicos tem um fundo econômico e nada mais.
Eu, por exemplo, aprendi a viver sem médicos e sem remédios. Há 25 anos que não vou a medico, nãoingiro remédios e 98% da minha alimentação é crua. Médico, só em caso de acidente.
Isto posto, querer preservar a biodiversidade ou impor medidas para desacelerar a sua extinção, com a finalidade de buscar nela soluções para as desarmonias dos humanos representa perda de tempo e gasto inútil de recursos. No mais é isso aí e aceite os abraços do Vicente. Dúvidas adicionais basta me contatar.