Pesquisas indicam que pílulas anticoncepcionais com muito estrogênio aumentam risco de trombose
Uma grande quantidade de mulheres de todo o mundo não utiliza pílulas anticoncepcionais mais seguras e escolhe marcas cuja composição aumenta o risco de sofrer tromboses nas veias, apesar de a incidência absoluta desta continuar sendo baixa.
Esta é a principal conclusão de dois estudos científicos [The venous thrombotic risk of oral contraceptives, effects of oestrogen dose and progestogen type: results of the MEGA case-control study e Hormonal contraception and risk of venous thromboembolism: national follow-up study] publicados pelo “British Medical Journal” (“BMJ”), um realizado pela Clínica Ginecológica de Rigshospitalet, em Copenhague, e outro pelo Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda. Reportagem da Agência EFE, com informações complementares do EcoDebate.
A pesquisa dinamarquesa estudou os efeitos de diferentes pílulas anticoncepcionais em dez milhões de mulheres entre 1995 e 2005, das quais 4.213 desenvolveram tromboses venosas.
O trabalho conclui que o risco de desenvolver este transtorno vascular diminui quanto menor é a dose de estrogênio que tem o anticoncepcional e quanto menos tempo for utilizado.
O estudo afirma também que as pílulas mais seguras são aquelas que contêm levonorgestrel combinado com uma pequena dose de estrogênio.
Tanto os anticoncepcionais orais que continham unicamente progesterona como o DIU “não foram associados a nenhum aumento do risco de trombose venosa”.
O estudo realizado ressalta que a probabilidade de sofrer esta doença em mulheres jovens pelo uso da pílula é de um entre mil por ano.
Os autores recomendam esse método como primeira opção para evitar a gravidez em mulheres de peso normal e que não tenham predisposição genética a sofrer tromboses.
Uma pesquisa do Departamento de Epidemiologia Clínica do Centro Médico da Universidade de Leiden afirma que as mulheres que tomam anticoncepcionais orais têm um risco cinco vezes maior de sofrer trombose venosa.
As conclusões estão de acordo com os resultados dos trabalhos que vêm sendo realizados sobre esse tema desde 1961, e que indicam que o uso da pílula multiplica por dois a seis vezes o risco de sofrer esse transtorno vascular.
Os resultados da pesquisa se baseiam no estudo de 1.524 mulheres de entre 18 e 50 anos com um princípio de trombose venosa profunda e nos resultados de 1.760 controles de saúde rotineiros.
A investigação se centrou em que tipo de progesterona é mais seguro e, como seus colegas dinamarqueses, comprovaram como o uso de levonorgestrel é o mais recomendável.
Os dois artigos são open-access.
Para acessar o artigo “Hormonal contraception and risk of venous thromboembolism: national follow-up study“, BMJ 2009;339:b2890, doi:10.1136/bmj.b2890, clique na opção de formato: PDF ou HTML.
Para acessar o artigo “The venous thrombotic risk of oral contraceptives, effects of oestrogen dose and progestogen type: results of the MEGA case-control study“, BMJ 2009;339:b2921 , doi:10.1136/bmj.b2921, clique na opção de formato: PDF ou HTML.
* Reportagem da Agência EFE, no UOL Notícias.
EcoDebate, 14/08/2009
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