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Análise da FDA encontra substâncias tóxicas em cigarros eletrônicos

Cigarros eletrônicos. Foto da AFP
Cigarros eletrônicos. Foto da AFP

Cigarros eletrônicos contêm traços de substâncias tóxicas e carcinogênicas, de acordo com uma análise preliminar dos produtos feitas pelo FDA (agência norte-americana que regula medicamentos e alimentos).

As descobertas, que foram anunciadas na quarta-feira (22), contradizem as afirmações dos fabricantes de cigarros eletrônicos de que seus produtos são alternativas seguras ao tabaco e contêm pouco mais do que água e vapor, nicotina e propileno glicol, que é usado para criar a fumaça artificial nas produções teatrais. Quando aquecido, o líquido produz um vapor que os usuários inalam através do mecanismo, que funciona à pilha. Reportagem de Katie Zezima, The New York Times.

“Estamos preocupados com eles por causa do que sabemos que existe neles e porque não sabemos como eles afetam o corpo humano”, disse Joshua Sharfstein, comissário principal do FDA.

A agência analisou 19 variedades de cartuchos, que contêm o líquido, e dois cigarros, um fabricado pela NJoy e outro pela Smoking Everywhere.

A análise descobriu que vários dos cartuchos continham níveis detectáveis de nitrosaminas, compostos presentes no tabaco e conhecidos por causarem câncer. Um cartucho da Smoking Everywhere continha dietilenoglicol, um ingrediente comum para evitar o congelamento que os falsificadores substituíram por glicerina na pasta de dente, matando milhares de pessoas no mundo todo.

Sharfstein disse que a agência não “tinha certeza” de que tipo de efeito o dietilenoglicol e outros carcinogênicos tinham no corpo humano quando inalados através dos cigarros eletrônicos.

A Associação de Cigarros Eletrônicos, um grupo que reúne fabricantes do setor, disse num pronunciamento que o teste do FDA era “muito restrito para chegar a conclusões válidas e confiáveis” e que seus membros vendem e divulgam seus produtos somente para adultos.

Uma declaração do diretor executivo da NJoy, Jack Ledbetter, disse que uma terceira organização havia testado seus produtos e descobriu que eles são “alternativas apropriadas” para os cigarros, mas ele não revelou as descobertas. A companhia disse que seus especialistas iriam rever esses testes e os do FDA.

Os cigarros eletrônicos, que são fabricados na China, estão sujeitos a pouco controle de qualidade, disse Sharfstein. O estudo descobriu que os níveis de nicotina variam até mesmo entre os cartuchos cujos rótulos afirmam ter a mesma quantidade de nicotina. E alguns dos cartuchos que afirmavam não conter nicotina, de fato continham, descobriu a análise.

O FDA entrou em contato com os serviços de distribuição de cigarros eletrônicos e disse que eles não seriam permitidos no país. Ele rejeitou cerca de 50 carregamentos dos aparelhos na fronteira, mas os cigarros ainda continuam sendo vendidos em shopping centers em todo o país e na internet. A agência não comentou se planeja banir ou confiscar os aparelhos. Em abril, a Smoking Everywhere processou o FDA, alegando que o órgão não tinha jurisdição para proibir os aparelhos eletrônicos de entrarem nos EUA.

A agência e autoridades de saúde pública estão especialmente preocupados com o fato de que os cigarros eletrônicos, que são fornecidos em sabores como cereja e tutti fruti, são atraentes para crianças e são facilmente obtidos por crianças menores de 18 anos na internet e shoppings.

Tradução: Eloise De Vylder

Reportagem [Analysis Finds Toxic Substances in Electronic Cigarettes] do New York Times, no UOL Notícias.

EcoDebate, 30/07/2009

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