EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Assentado triplica produção com Mais Alimentos e se torna grande fornecedor de hortaliças no AC

Foto: Seaprof/AC
Foto: Seaprof/AC

Ele trabalhava como diarista em fazendas de Rio Branco para ajudar a família que vivia com dificuldades após ter deixado os seringais. Hoje, quase dez anos depois, Rogevane Silva do Nascimento, 32 anos, é considerado um dos quatro maiores produtores de hortaliças do Acre. O salto em qualidade de vida nesse curto espaço de tempo se deve, em grande parte, às políticas públicas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) as quais teve acesso.

Ao 21 anos, foi inserido no Programa Nacional de Reforma Agrária e recebeu do Governo do Estado um lote de 3,5 hectares no Pólo Agroflorestal Dom Moacyr, localizado no município do Bujari, que fica a 28 quilômetros da capital do Acre. Começou aí a sua produção de hortaliças, tendo a couve, a alface e a chicória como seus carros-chefes. Como assentado, conseguiu crédito pelo Pronaf A, entrou para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, mais recentemente, em 2008, acessou o Pronaf Mais Alimentos.

“O Mais Alimentos melhorou radicalmente a minha vida, comprei meu tratorzinho, melhorei minha casa e tenho agora uma embalagem com a minha marca para fornecer aos supermercados. Fui o primeiro agricultor do Acre a apostar no Mais Alimentos e agora está todo mundo me imitando”, revela referindo-se aos vizinhos que começaram a acessar a linha de crédito.

Em Bujari, oito agricultores acessaram o Mais Alimentos depois de Rogevane. Em todo o Acre, foram aprovados 132 projetos do Mais Alimentos, quatro em 2008 e o restante entre maio e junho de 2009. O valor total dos projetos foi de R$ 9,4 milhões, destinados às áreas de máquinas, bacia leiteira e horticultura. Desse total, 33 agricultores já receberam o recurso, totalizando R$ 2,5 milhões. “Eu faço propaganda mesmo, porque é um investimento que tem retorno, o juro não é alto e a gente paga por ano, melhor que isso não existe”.

Investimento

Com os R$ 62 mil acessados pelo Mais Alimentos, o assentado adquiriu um motocultivador de 12 cavalos, construiu estufas para produção de mudas dentro dos padrões técnicos, montou um galpão para limpeza, seleção e embalagem das hortaliças e comprou as embalagens. Com isso, conseguiu triplicar a produção e aumentar 10% o seu faturamento.

Rogevane não revela quanto produz e nem sua renda atual. Garante apenas que o faturamento é 90% maior do que o que possuía quando se tornou beneficiário da reforma agrária, ainda na década de 90. As mudanças de lá para cá também foram muitas. Com recursos do Incra e do MDA e apoio constante do Governo do Estado conseguiu comprar um carro com carroceria para transportar a produção, reformou a energia e o sistema de irrigação e trocou, finalmente, a velha casa de madeira por uma de alvenaria, um sonho antigo de sua esposa, Claudenice Silva, 28 anos, e de seus três filhos.

Comercialização

A produção tem destino certo: segue para dois supermercados de Rio Branco e dali para a mesa do consumidor. Segundo Rogevane, chegar aos supermercados foi uma vitória graças à qualidade adquirida por seus produtos em função da assistência técnica que recebeu. “Melhorei muito meu produto, selecionando as melhores verduras e embalando de forma adequada. Quando consegui me livrar do atravessador, comecei a ver o lucro do meu trabalho”.

O agricultor também mantém uma banca na principal feira livre de Rio Branco e tem clientes certos que o procuram todas as quintas e sextas-feiras. Suas verduras também chegam a escolas, creches e centros de recuperação de Bujari por meio da compra direta proporcionada pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Meu lucro com o PAA é bem menor, em torno de R$ 130. Mas o que me deixa orgulhoso mesmo é que estou ajudando a alimentar pessoas que realmente precisam aqui no meu município”, afirma o assentado.

Assistência técnica

Além de proporcionar informações a respeito da qualidade do produto e do acesso ao crédito, a assistência técnica foi fundamental na orientação sobre a comercialização dos produtos. Foi por meio do trabalho da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) do Governo do Estado, que o agricultor comprou um computador com acesso à internet, por meio do qual adquire as embalagens para as hortaliças. O próximo passo, segundo ele, é adquirir um programa que o ajude no controle de vendas.

* Informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário, publicadas pelo EcoDebate, 14/07/2009

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta que envie um e-mail para newsletter_ecodebate-subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.