‘Caipora’: novo fiscal eletrônico monitora a natureza à distância
Desenvolvido a partir da cooperação entre o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), o “Caipora” é um verdadeiro fiscal eletrônico do meio ambiente. Trata-se de um aparelho registrador que pode se conectar a vários tipos de sensores, coletando sinais de temperatura, acidez, gases de efeito estufa, oxigênio, solo, entre outros. Registra tudo e transmite os dados em tempo real, por telemetria.
Entidade da mitologia tupi-guarani responsável por fiscalizar o meio ambiente, o Caipora dá nome a um projeto capaz de proezas semelhantes e mais algumas aplicações. Baseado em um aparelho que pode se conectar a variados tipos de sensores, ele coleta informações sobre temperatura, acidez das águas, partículas de monóxido de carbono, dióxido de carbono e oxigênio no ar, dados sobre o solo, entre inúmeras outras possibilidades. Registra tudo num cartão de memória e ainda transmite os dados coletados, em tempo real. Com baixo custo, cerca de 10% dos valor de registradores de funções limitadas que existem no mercado, ele pode ser replicado e monitorar regiões inteiras e ainda executar algumas tarefas na via contrária, por acionamento remoto.
O projeto foi desenvolvido a partir de um acordo de cooperação entre duas unidades do Ministério da Ciência e Tecnologia: o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). A patente leva o nome dos pesquisadores Alexandre Benevento (INT) e Geraldo Cernicchiaro (CBPF), e do ex-bolsista do INT Ricardo Herbert.
O princípio do Caipora – explica o engenheiro eletrônico Alexandre Benevento – é transformar as informações físico-químicas coletadas pelos transdutores (nome técnico dos sensores que coletam informações do ambiente para o registrador) em sinais elétricos, que são digitalizados, armazenados e transmitidos. O invento utiliza hoje a transmissão através de telefonia celular, mas poderá também por rede sem fio (Rede IP).
Outra vantagem do sistema, pondera o pesquisador da área de Engenharia de Avaliações do INT, é a segurança. Os dados podem ser transmitidos de forma criptografada e o cartão de memória não é acessível remotamente, pois funciona em um módulo próprio, sem conexão física com a eletrônica de transmissão e recepção. A mesma telemetria que leva os dados pode trazer algum tipo de acionamento, como por exemplo para bombear ar em um tanque com baixo nível de oxigenação.
Além de fiscalizar a poluição ambiental, por ser multipropósito, o Caipora se presta a qualquer tipo de monitoramento, incluindo aplicações industriais e de fiscalização eletrônica. Os transdutores acoplados ao aparelho registrador podem ter naturezas diversas, servindo a conexões com GPS e quaisquer outros medidores de impulsos físicos e químicos.
* O projeto Caipora estará sendo mostrado no estande do INT na 17ª ExpoT&C, durante a 61ª Reunião Anual da SBPC, que acontecerá em Manaus, no período de 12 a 17 de julho.
* Informe do INTegração online, Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), publicado pelo EcoDebate, 13/07/2009
** Matéria sugerida por Edinilson Takara, leitor e colaborador do Ecodebate.
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