Pesquisa indica que o chá verde pode afetar a progressão do câncer de próstata
O chá verde é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Foto do sítio Jardim de Flores.
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] De acordo com os resultados de um estudo [Tea Polyphenols Decrease Serum Levels of Prostate-Specific Antigen, Hepatocyte Growth Factor, and Vascular Endothelial Growth Factor in Prostate Cancer Patients and Inhibit Production of Hepatocyte Growth Factor and Vascular Endothelial Growth Factor In vitro] publicado na Cancer Prevention Research, revista da American Association for Cancer Research, os homens com câncer de próstata, que consumiram os compostos ativos no chá verde demonstraram uma redução significativa nos marcadores preditivos da progressão do câncer de próstata.
O chá verde é a segunda bebida mais popular no mundo, e alguns estudos epidemiológicos têm mostrado seus benefícios da saúde, incluindo uma menor incidência do câncer de próstata. No entanto, alguns ensaios humanos encontraram resultados contraditórios. Os poucos estudos realizados até agora têm avaliado a eficácia clínica do consumo de chá verde e poucos estudos têm avaliado a mudança de biomarcadores, que podem predizer a progressão da doença.
Neste estudo, os pesquisadores realizaram um ensaio clínico para determinar os efeitos de curto prazo com a suplementação de compostos ativos do chá verde sobre biomarcadores em pacientes com câncer de próstata. Os biomarcadores incluem fator de crescimento de hepatócitos (HGF), fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e antígeno prostático específico (PSA). HGF e VEGF são reconhecidos indicadores de doença metastática.
O estudo incluiu 26 homens, com idades entre 41 a 72 anos, diagnosticados com câncer de próstata e programados para prostatectomia radical. Os pacientes consumiram quatro cápsulas contendo polifenol E até o dia anterior à cirurgia (quatro cápsulas são equivalentes a cerca de 12 xícaras de chá verde concentrado) O tempo de estudo para 25 dos 26 pacientes variou de 12 dias a 73 dias, com um tempo médio de 34,5 dias.
Os resultados mostraram uma redução significativa nos níveis séricos de HGF, VEGF e da PSA após o tratamento, com alguns pacientes demonstrando reduções superiores a 30%.
Os pesquisadores descobriram que outros biomarcadores também foram afetados positivamente.
Um longo ensaio clínico anterior, conduzido pelos pesquisadores em Itália ,demonstrou que o consumo de chá verde reduziu o risco de desenvolver câncer de próstata em homens com alto grau neoplasia intraepitelial prostática (HGPIN).
De acordo com os pesquisadores, esses estudos são apenas o começo e outros estudos continuam em desenvolvimento, mas há indícios de que o uso dos polifenóis contidos no chá verde, isoladamente ou em combinação com outros compostos utilizados atualmente, podem ter aplicação terapêutica, o que deve ser explorado como uma abordagem para prevenir a progressão e reincidência do câncer de próstata.
Em colaboração com a Columbia University, em Nova Iorque, os pesquisadores estão avaliando estes resultados, com estudos comparáveis entre os pacientes com câncer de mama. Eles também pretendem realizar novos estudos para identificar os fatores que poderiam explicar porque alguns pacientes responderam mais intensamento ao polifenol E, em comparação com outros no mesmo estudo. Outros ensaios clínicos controlados devem ser feitos para avaliar se combinações de polifenóis em diferentes plantas podem ser mais eficazes do que o polifenol E isoladamente.
Segundo os pesquisadores, não exitem provas razoáveis de que cânceres sejam evitáveis, no entanto, os estudos, utilizando substâncias derivadas de plantas, apoiam a ideia de que compostos encontrados em uma dieta saudável podem desempenhar um papel na prevenção do câncer, bem como no seu desenvolvimento e progressão.
Os resultados desta pesquisa, no entanto, devem ser avaliados com cuidado, tendo em vista que, em pesquisa anterior, ficou demonstrado que o chá verde bloqueia benefícios de medicamento usado no tratamento de mieloma múltiplo.
Contrariamente às suposições populares sobre os benefícios do chá verde para a saúde, pesquisadores da Universidade de Southern California (USC) concluíram ele torna completamente ineficaz uma droga amplamente utilizada no tratamento de mieloma múltiplo.
O estudo constatou que um componente do extrato do chá verde (GTE), chamado EGCG, destrói qualquer atividade anticâncer da droga Velcade. O estudo foi publicado na edição online da revista Blood.
A automedicação é sempre de alto risco e, como demonstrado nestes estudos, aparentemente contraditórios, mesmo um simples chá deve ser avaliado em termo de aplicações, efeitos terapêuticos e, eventualmente, seus efeitos colaterais e contraindicações.
O artigo “Tea Polyphenols Decrease Serum Levels of Prostate-Specific Antigen, Hepatocyte Growth Factor, and Vascular Endothelial Growth Factor in Prostate Cancer Patients and Inhibit Production of Hepatocyte Growth Factor and Vascular Endothelial Growth Factor In vitro“, de Jerry McLarty, Rebecca L.H. Bigelow, Mylinh Smith, Don Elmajian, Murali Ankem, e James A. Cardelli, publicado na Cancer Prevention Research, June 19, 2009 as doi:10.1158/1940-6207.CAPR-08-0167, apenas está disponível para assinantes.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:
Tea Polyphenols Decrease Serum Levels of Prostate-Specific Antigen, Hepatocyte Growth Factor, and Vascular Endothelial Growth Factor in Prostate Cancer Patients and Inhibit Production of Hepatocyte Growth Factor and Vascular Endothelial Growth Factor In vitro
[Cancer Prevention Research, 10.1158/1940-6207.CAPR-08-0167]
Jerry McLarty2,4, Rebecca L.H. Bigelow1,2, Mylinh Smith2, Don Elmajian2,3, Murali Ankem5 and James A. Cardelli1,2
Authors’ Affiliations: 1 Department of Microbiology and Immunology, 2 Feist-Weiller Cancer Center, 3 Department of Urology, and 4 Department of Medicine, Louisiana State University Health Sciences Center; and 5 Overton Brooks VA Medical Center, Shreveport, Louisiana
Requests for reprints: James A. Cardelli, Department of Microbiology/Immunology, Louisiana State University Health Sciences Center at Shreveport, 1501 Kings Highway, Shreveport, LA 71130. Phone: 318-675-5756; Fax: 318-675-5764; E-mail: jcarde{at}lsuhsc.edu.
The purpose of this study was to determine the effects of short-term supplementation with the active compounds in green tea on serum biomarkers in patients with prostate cancer.
Twenty-six men with positive prostate biopsies and scheduled for radical prostatectomy were given daily doses of Polyphenon E, which contained 800 mg of (–)-epigallocatechin-3-gallate (EGCG) and lesser amounts of (–)-epicatechin, (–)-epigallocatechin, and (–)-epicatechin-3-gallate (a total of 1.3 g of tea polyphenols), until time of radical prostatectomy. Serum was collected before initiation of the drug study and on the day of prostatectomy. Serum biomarkers hepatocyte growth factor (HGF), vascular endothelial growth factor (VEGF), insulin-like growth factor (IGF)-I, IGF binding protein-3 (IGFBP-3), and prostate-specific antigen (PSA) were analyzed by ELISA. Toxicity was monitored primarily through liver function enzymes. Changes in serum components were analyzed statistically using the Wilcoxon signed rank test. Cancer-associated fibroblasts were treated with EGCG, and HGF and VEGF protein and mRNA levels were measured.
HGF, VEGF, PSA, IGF-I, IGFBP-3, and the IGF-I/IGFBP-3 ratio decreased significantly during the study. All of the liver function tests also decreased, five of them significantly: total protein, albumin, aspartate aminotransferase, alkaline phosphatase, and amylase. The decrease in HGF and VEGF was confirmed in prostate cancer–associated fibroblasts in vitro.
Our results show a significant reduction in serum levels of PSA, HGF, and VEGF in men with prostate cancer after brief treatment with EGCG (Polyphenon E), with no elevation of liver enzymes. These findings support a potential role for Polyphenon E in the treatment or prevention of prostate cancer.
[EcoDebate, 22/06/2009, com informações de Tara Yates, American Association for Cancer Research]
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Eu sei que pode não ser relevante, mas no início da década de noventa, meu pai enfrentou, em princípio, um problema sério de radiculopatia (coluna lombar) e outros problemas decorrentes. Isso, na verdade só ficou resolvido com o seu passamento em 1996. Eu, na época fiquei muito triste e não conseguia entender as dificuldades em se resolver os problemas. Certa noite fui dormir muito preocupado, uma vez que meu pai já não conseguia mais andar. Sinceramente, não merecia. Enquanto dormia sonhei que chegava numa farmácia, onde solicitava o medicamento conhecido por “Work Green”. No sonho, alguém me avisava de que esse medicamento resolveria o problema do meu pai, porém, o farmacêutico não conhecia. Bem, eu acordei e anotei o nome do medicamento e durante aquele dia e semanas afora passei por várias farmácias e drogarias, infelizmente, ninguém conhecia. Eu também conversei com alguns médicos que também desconheciam. Na época, não tínhamos acesso a internet e isso foi lamentável, vez que mais adiante de frente ao computador me lembrei do nome Work Green. De pronto acessei a o Google e fiz a pesquisa, essa me levou a várias páginas, onde foi possível concluir que o Work Green, na verdade se correspondia a um tratamento feito com o chá verde. Destarte, nunca alguém me havia comentado sobre “Work Green”, eu acredito que a minha fé teria me conduzido ao nome, todavia, na prática não foi possível. Concluindo, eu quero acreditar que o chá verde deve ter sim, relevantes propriedades no combate as doenças. Desculpem, o meu comentário não é técnico e se o fiz foi apenas com a intenção de contribuir.