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Congresso peruano suspende lei que gerou protestos indígenas

A iniciativa, que suspende o decreto 1.090, obteve 57 votos a favor, 47 contra e uma abstenção. Os indígenas estão protestando há mais de um mês contra a aprovação de uma lei que permite a exploração de gás e petróleo na região amazônica por empresas multinacionais.

O Congresso do Peru aprovou nesta quarta-feira, 10, a suspensão durante 90 dias de uma polêmica lei que gerou uma série de protestos indígenas, que no fim de semana passado deixaram pelo menos 33 mortos. A iniciativa, que suspende o decreto 1.090, obteve 57 votos a favor, 47 contra e uma abstenção. Matéria das Agências EFE, AP e Reuters.

Os protestos de milhares de indígenas contra o governo neoliberal do presidente do país, Alan García, provocou a renúncia da ministra da Mulher e do Desenvolvimento Social, Carmem Vildoso, e deixou aberta a possibilidade de um reajuste no gabinete.

O caso tornou-se um dos maiores desafios do atual governo peruano, que ontem teve de dar explicações sobre as mortes na Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo o governo, foram mortos na ação em Bagua 25 policiais e 9 nativos. O movimento indígena, porém, afirma ter sofrido mais de 20 baixas.

Os indígenas estão protestando há mais de um mês contra a aprovação de uma lei que permite a exploração de gás e petróleo na região amazônica por empresas multinacionais. “Nós vivemos na miséria. Eles levam nossos recursos e não recebemos nada”, explicou Sirilo Awachi, indígena de 42 anos, que vive perto de Bagua.

Tribo aguaruna é conhecida por vocação guerreira

Os indígenas que entraram em confronto com policiais e militares peruanos na cidade de Bagua são da tribo aguaruna, conhecida desde o período pré-colombiano como guerreiros que resistiram até mesmo à dominação dos incas. Em 1995, quando Peru e Equador entraram em guerra, os aguarunas foram usados pelos militares peruanos como guias na região de fronteira. Existem atualmente 56 povos indígenas que falam 17 diferentes línguas nativas no Peru. Eles estão divididos em 1.350 comunidades que abrigam 350 mil pessoas, de acordo a Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva (Aidesep), que está à frente das manifestações contra o governo.

Matéria das Agências EFE, AP, Reuters, no Estadao.com.br.

[EcoDebate, 11/06/2009]

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