Instabilidade da plataforma de Wilkins desprende cerca de 700Km2 de gelo na Península Antártida
Imagens de satélite mostram gelo se desprendendo. Divulgação/ESA
Pedaços de gelo se desprendem de plataforma na Antártida – Enormes pedaços de gelo estão se desprendendo de uma plataforma de gelo na Península Antártida, disseram os pesquisadores nesta quarta-feira, 29, alertando que uma área maior de 3367 km² – área maior que Luxemburgo – está ameaçada nas próximas semanas.
A plataforma de Wilkins ficou estável durante a maior parte do século passado, mas começou a retrair na década de 1990. Pesquisadores acreditam que ela era mantida no lugar devido a uma ponte de gelo que liga a ilha de Charcot ao Ártico. Mas a ponte de 330 km² perdeu dois grandes pedaços no ano passado e então se despedaçou por completo em abril. Matéria da AP.
“Como consequência do colapso, as fissuras, que já estavam presentes que já estavam presentes ao norte da geleira, se ampliaram e novas rachaduras se formaram durante o ajuste do gelo”, disse a Agência Espacial Europeia.
O primeiro pedaço de gelo de desprendeu na sexta-feira, e desde então cerca de 700 quilômetros quadrados de gelo já caíram no oceano, de acordo com dados de satélite.
“Há pouca dúvida de que essas mudanças são resultado do aquecimento global”, disse David Vaughan do British Antarctic Survey.
Esses desprendimentos não aumentam o nível dos oceanos, já que o gelo já estava flutuando anteriormente. Mas essas plataformas normalmente seguram geleiras, quando elas se desintegram o gelo derrete para os oceanos com mais facilidade.
“Pela primeira vez, creio eu, nós podemos realmente começar a observar processos que precipitam a degradação da calota polar”, disse Vaughan.
Segundo ele, oito placas de gelo da Península Antártida mostraram sinais de recuo nas últimas décadas. “O recuo da placa de Wilkins é o maior e mais recente de todos”, observou.
A placa de Wilkins tem o tamanho da Jamaica. Somente no ano passado, ela perdeu 14% de sua área, de acordo com cientistas que estudam a Antártida.
A temperatura média na região aumento 2,5ºC nos últimos 50 anos, acima da média mundial, revelam estudos.
Os cientistas calculam que a placa de Wilkins perderá, nas próximas semanas, 3.370 quilômetros quadrados de área, o que equivale a mais de duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
No entanto, segundo a pesquisadora Angelika Humbert, do Instituto de Geofísica da Universidade Muenster, ainda não está claro como a situação evoluirá.
* Matéria da AP, no Estadao.com.br.
[EcoDebate, 30/04/2009]
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