Em Portugal, maior usina solar do mundo vai produzir 93GWh
Central Solar Fotovoltaica de Amareleja (Moura). Foto: Porter Novelli Portugal
Da alvorada ao poente, 2.520 placas solares, com 104 painéis fotovoltaicos cada um, se alimentam do sol que irradia a vila alentejana de Amareleja, sul de Portugal, para produzir energia limpa através da maior usina solar do mundo.
Com uma capacidade total instalada de 46,41 MW, a Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, propriedade da empresa espanhola Acciona, líder mundial de energias renováveis, “salpica” de azul 250 hectares perto da “terra mais quente de Portugal”, devido aos recordes de temperatura máxima durante o verão.
A qualidade e a quantidade da radiação solar na região, aliadas à “disponibilidade de terreno”, levaram a Acciona a “apostar” e a investir 261 milhões de euros num projeto idealizado a seis anos pelo “sonho renovável” do prefeito de Moura, José Maria Pós-de-mina. Por Luís Miguel Lourenço, Agência Lusa.
Em funcionamento pleno há quase quatro meses, a central vai produzir, durante os próximos 25 anos, 93 GWh de energia por ano, afirmou Francisco Aleixo, diretor-geral da Amper Central Solar, empresa que instalou e gere a usina.
A produção é suficiente para abastecer 35 mil habitações e poupar cerca de 90 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa.
A central, que durante a fase de instalação empregou temporariamente 220 trabalhadores, vai criar cerca de 15 postos de trabalho permanentes, a maioria nos serviços de manutenção, disse Aleixo.
Fábrica
O projeto, acrescentou, engloba ainda uma fábrica de produção de painéis fotovoltaicos, também propriedade da Acciona e a funcionar em Moura e que deverá criar entre 100 e 110 empregos diretos.
Por outro lado, lembrou Aleixo, a Acciona, quando adquiriu a Amper, criada pela prefeitura de Moura para construir e gerir a central, disponibilizou dois fundos para o município.
Um deles, no valor de três milhões de euros, será para iniciar do Tecnopólo de Moura, que será focado na pesquisa e criação de empresas do setor das energias renováveis, e o outro, de 500 mil euros, destina-se à construção de infra-estruturas sociais na cidade.
Didatismo
A usina tem também um caráter “didático” e é uma mostra do potencial da tecnologia fotovoltaica, que, apesar de ainda não estar “completamente madura”, “já está muito evoluída”, disse Aleixo.
Uma tecnologia que, salientou, pode ser usada para produzir energia através de grandes e de mini usinas e de microgeração, um novo regime que permite aos consumidores produzirem eletricidade a partir das suas casas ou edifícios por meio de sistemas tecnológicos de energias renováveis.
Além da central de Amareleja, no distrito de Beja, que tem a maior potência fotovoltaica licenciada em Portugal, existem outras sete usinas, três no concelho de Ferreira do Alentejo, duas no de Mértola, uma no de Serpa e outra no de Almodôvar.
Nota do EcoDebate: Enquanto isto, o Brasil ou melhor o governo brasileiro, insiste em ignorar a energia solar, tal como questionamos no nosso editorial “O Brasil é um pais ensolarado que despreza a energia solar“.
[EcoDebate, 22/04/2009]
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