O degelo do Ártico ameaça os povos tradicionais de envenenamento
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Diversas etnias tradicionais do Ártico estão ameaçadas pelo aquecimento global, não apenas pela transformação de sua terras, mas também pelo envenenamento alimentar.
É o que afirma um estudo [Mercury Trends in Ringed Seals (Phoca hispida) from the Western Canadian Arctic since 1973: Associations with Length of Ice-Free Season] publicado na edição online da revista Environmental Science and Technology.
Pesquisadores do Department of Fisheries and Oceans do governo do Canadá avaliou o teor de mercúrio em focas e baleias beluga, alimentação tradicional dos Inuit no norte do Canadá. Os índices de contaminação já seriam considerados inseguros em peixes e os pesquisadores estimam que o problema irá se agravar.
O degelo está liberando o mercúrio ‘capturado’ no gelo. Além do mercúrio, o derretimento também libera outros produtos químicos tóxicos, como o DDT e PCB, que transportados pela atmosfera foram, ao longo de décadas, acumulados no gelo e no permafrost. Com o derretimento, estes poluentes ‘escapam” para córregos e rios, atingindo o Oceano Ártico.
As termelétricas a carvão são a principal fonte de contaminação de mercúrio no ártico [vejam em EUA: Relatório denuncia o aumento das emissões de mercúrio pelas usinas termelétricas a carvão e Estudo registra a herança tóxica do carvão no Ártico].
É possível que já seja demasiado tarde para evitar um aumento de poluentes no gelo polar mas, ainda assim, o estudo demonstra claramente a importância da redução de emissão de poluentes.
O artigo “Mercury Trends in Ringed Seals (Phoca hispida) from the Western Canadian Arctic since 1973: Associations with Length of Ice-Free Season“, publicado na Environmental Science and Technology, apenas está disponível para assinantes. Abaixo, para maiores informações, publicamos o abstract:
A. Gaden†, S.H. Ferguson†‡, L. Harwood§, H. Melling and G.A. Stern*†‡
Department of Environment and Geography, University of Manitoba, 500 University Crescent, Winnipeg MB, R3T 2N2, Canada, Fisheries and Oceans Canada, 501 University Crescent, Winnipeg MB, R3T 2N6, Canada, Fisheries and Oceans Canada, Yellowknife, Northwest Territories, X1A 1E2, Canada, and Fisheries and Oceans Canada, Sidney, British Columbia, V8K 4B2, Canada
Environmental Science and Technology, Article ASAP, DOI: 10.1021/es803293z, Publication Date (Web): March 23, 2009
Abstract
We examined a unique time series of ringed seal (Phoca hispida) samples collected from a single location in the western Canadian Arctic between 1973 and 2007 to test for changes in total mercury (THg) in muscle tissue associated with (1) year and (2) length of ice-free season. We found no temporal trend with muscle THg whereas a curvilinear relationship existed with the length of ice-free season: seals attained higher THg in short (2 months) and long (5 months) ice-free seasons. ?15N and ?13C in muscle tissue did not illustrate significant trends with ice-free days. We estimated that the turnover time of THg in muscle was about twice as long as stable isotope turnover in muscle, possibly explaining the lack of trend with stable isotopes in association with ice-free duration. Our discussion explains how summer environmental conditions may influence the composition of prey (mercury exposure) available to ringed seals. Results offer insight into how marine mammals may respond to directional changes in the Arctic ice-free season.
[EcoDebate, 20/04/2009]
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