Relatório da ONU confirma que o mundo está longe de acesso adequado a saneamento
Esgoto a céu aberto, em foto de arquivo
O acesso a serviços como água potável e saneamento básico continua inadequado na maior parte dos países em desenvolvimento de acordo com o 3º Relatório das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Mundial dos Recursos Hídricos, divulgado no 5º Fórum Mundial da Água, que encerrado ontem (22), em Istambul, na Turquia.
De acordo com as perspectivas apresentadas no documento, em 2030, cerca de cinco bilhões de pessoas, 67% da população mundial, vão continuar sem esgotamento sanitário, se o cenário atual for mantido.
Dessa forma, a perspectiva de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) relativos à água em 2015 é ao mesmo tempo promissor e alarmante. De um lado, a atual tendência leva a crer que 90% da população terá acesso a boas fontes de água potável no prazo estipulado; de outro, o progresso em termos de esgotamento sanitário, deve continuar insuficiente.
O objetivo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 é reduzir pela metade, até 2015, o percentual da população sem acesso sustentável a uma fonte adequada de água potável e a saneamento.
No que diz respeito à água potável, o mundo como um todo está próximo de alcançar as metas establecidas nos ODM, a não ser pela África Sub-Saariana, onde cerca de 340 milhões de pessoas ainda não têm acesso ao recurso natural.
Contudo, o mundo está longe de alcançar o objetivo de saneamento. Somente na África, meio bilhão de pessoas não têm acesso a esgotamento sanitário. De acordo com a ONU, os esforços devem ser redobrados para superar esse atraso.
Segundo o relatório, a ligação entre pobreza e recursos hídricos é obvia, pois o número de pessoas que vivem com menos de U$ 1,25 por dia coincide, quase que totalmente, com o número daqueles que vivem sem água potável.
O principal impacto dessa situação é observado na saúde, de acordo com os autores do documento. Quase 80% das doenças em países em desenvolvimento estão associadas à qualidade da água e causam cerca de três milhões de mortes por dia.
Matéria de Ana Luiza Zenker, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/03/2009.
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