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Estudo do INPE revela aumento significativo na incidência de raios nos últimos dois anos

raios

ELAT/INPE divulga novo ranking da incidência de raios por município – Levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revela aumento significativo na incidência de raios nos últimos dois anos. Publicado nesta terça-feira (10/3), o novo ranking de descargas atmosféricas por município para o biênio 2007-2008 abrange nove estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Segundo o novo levantamento, em 2008 o número total de descargas atmosféricas na região pesquisada chegou a 7,5 milhões. Em 2007, foram 5,2 milhões de raios. Já o levantamento do biênio anterior tem registros de 3,7 milhões de descargas em 2005 e 5,8 milhões, em 2006.

O Brasil, por sua extensão territorial e proximidade ao equador geográfico, é o país com maior incidência de raios do mundo.

Na página www.inpe.br/ranking, estão disponíveis os dados por estado e o ranking geral para os 3.183 municípios pesquisados. É possível identificar as cidades com maior variação positiva e maior variação negativa na incidência de descargas atmosféricas em comparação aos resultados publicados anteriormente (biênio 2005-2006).

Em alguns municípios, o aumento na incidência de raios ultrapassou 300% (máximo em Guarapari-ES: 335%), enquanto em outros houve diminuição de pouco mais de 70% (mínimo em Mundo Novo-GO: -71%).

Nas grandes cidades da região pesquisada as variações foram menos acentuadas. Houve crescimento no número de descargas atmosféricas em Vitória (88%), Brasília (44,4%), Goiânia (34,7%), São Paulo (20,3%) e Porto Alegre (18,8%).

A incidência diminuiu em Curitiba (-50,5%), Florianópolis (-50,45), Campo Grande (- 40,8%), Rio de Janeiro (-17,35) e Belo Horizonte (-3,4%). A margem de erro do levantamento é de 10%.

Os dados de descargas atmosféricas foram obtidos pela Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT) e processados por um modelo de eficiência de detecção desenvolvido pelo ELAT/INPE, que permite corrigir os dados em função do estado de funcionamento dos sensores da rede ao longo do período analisado.

“Embora a rede BrasilDAT possua sensores em Tocantins, Maranhão e Pará, o processamento e correção dos dados para estes estados ainda não foi concluído e, portanto, ainda não estão no levantamento”, explica o Dr. Osmar Pinto Junior, coordenador do ELAT/INPE.

Lançamento

Também nesta terça-feira (10/3), os pesquisadores do ELAT/INPE lançaram a segunda edição do livro “Relâmpagos”. A obra traz explicações detalhadas sobre como se proteger e evitar prejuízos causados pelos raios, sua incidência em diferentes regiões do país e as mudanças na incidência de raios esperadas para as próximas décadas em função das mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global.

“Desde a sua primeira publicação, em 1996, o conhecimento sobre os relâmpagos no Brasil avançou muito. O conteúdo da primeira edição foi revisto e aprimorado. Além disto, muitas novas informações puderam ser agregadas”, informa Osmar Pinto Junior, um dos autores.

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

[EcoDebate, 11/03/2009]

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