Programa Luz para Todos vai estimular implantação de eletricidade alternativa em local isolado pagando até 85% dos custos das concessionárias
Crédito: Luz para Todos/Divulgação
DAYANNE SOUSA, da PrimaPagina
Energia solar, eólica ou gerada por gás natural poderão ser a solução para levar iluminação até casas isoladas no interior da Amazônia ou do Pantanal. Para incentivar o uso dessas formas alternativas de energia, o Programa Luz para Todos, do governo federal, vai pagar até 85% dos custos das companhias de energia, na implementação de projetos na área.
A verba do programa ajudará na implantação da estrutura e a empresa será responsável pelo serviço de energia e pela cobrança de taxas. “O objetivo é fazer com que as concessionárias de energia percam o medo que têm de trabalhar com novas fontes de energia”, diz o diretor do Luz para Todos, Hélio Shinoda. Ele afirma que as empresas relutam em investir na área com medo de prejuízos e que, com o financiamento dado pelo programa, serão reduzidos os riscos desses investimentos. Shinoda reconhece que o dinheiro destinado pelo Luz para Todos não é garantia de sucesso, mas diz que o investimento é a única forma de testar a aplicabilidade das novas fontes.
Para o diretor, fontes alternativas de energia podem ser a saída para comunidades que ficam muito distantes das redes de energia elétrica. “Expandir a rede em 100 quilômetros para atingir uma região em que moram dez famílias seria muito oneroso”, afirma. A localização dispersa das comunidades nesses territórios, em especial na Amazônia, são a principal dificuldade, ressalta ele.
No Manual de Projetos Especiais, que dá as novas diretrizes, o Programa ainda permite projetos que usem mini-hidrelétricas (com potência de no máximo 1.000 kW) em regiões que tiverem potencial para tal.
Nos cinco anos de existência do Programa, nunca houve no Luz para Todos um projeto em grande escala que priorizasse fontes mais ecológicas de energia. Shinoda afirma que houve projetos pilotos em parceria com universidades, mas entende que essas experiências ainda não permitem garantir o sucesso em deste empreendimento maior.
Para ele, a análise dos projetos enviados e a aplicação em pequenas comunidades serão formas de teste. “Ou vamos descobrir que as companhias de energia sempre estiveram erradas e vamos convencê-las a trabalhar com isso, ou vamos ver que estiveram certas o tempo todo”, pondera. “Mas creio que elas verão que é possível e vão querer trabalhar em grande escala”.
Shinoda afirma ainda que a atuação do Luz para Todos na Amazônia “estava muito a desejar” e diz que, se o programa conseguir estimular investimentos em grande escala em fontes alternativas, terá atingido seu sucesso total. “Podemos terminar alavancando o desenvolvimento de novos equipamentos no Brasil para melhorar a geração de energia de forma alternativa”.
* Informação do PNUD Brasil
[EcoDebate, 04/03/2009]
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