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Municípios de Alta Floresta, Carlinda e Colíder apresentam alto grau de degradação em Áreas de Preservação Permanente

Diagnósticos apontam alto grau de degradação em Alta Floresta, Carlinda e Colíder – Diagnósticos ambientais elaborados pela equipe técnica do ICV – Instituto Centro de Vida apontam que os municípios de Alta Floresta, Carlinda e Colíder apresentam alto grau de degradação em Áreas de Preservação Permanente. Cerca de 70 mil hectares estão degradados em locais de nascentes e matas ciliares. A região compreende a bacia do rio Teles Pires.

“São três municípios onde há passivo ambiental muito grande, são cerca de 300 milhões de árvores a serem plantadas para recuperar as Áreas de Preservação Permanente. O maior desafio é mudar essa realidade, o que é possível com o planejamento das ações e regularização das propriedades, por isso buscamos diagnosticar a extensão do problema”, avalia o coordenador adjunto do ICV, Laurent Micol.

Os resultados apontam a urgência em recuperar as Áreas de Preservação Permanente degradadas. “Esses locais deveriam proteger as nas centes e rios da bacia do Teles Pires. Essa bacia é muito importante porque nela está localizada a maioria das sedes urbanas e as pequenas propriedades da região Norte do Mato Grosso, que concentram a maior parte da população. Se não cuidarmos dessas nascentes, esses municípios poderão sofrer com escassez de água de qualidade para o abastecimento humano e para produção”, afirmou Paula Bernasconi, da equipe técnica do ICV.

Os estudos foram realizados para atender a demanda dos fóruns da Agenda 21 e contribuir no planejamento das atividades dos municípios. Foram utilizadas imagens obtidas por sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento para produzir informações detalhadas sobre a cobertura vegetal, nascentes, cursos d’água, Áreas de Preservação Permanente e microbacias hidrográficas. Os dados reunidos se configuram em uma ferramenta para que os gestores municipais, juntamente com a sociedade civil, possam planejar as ações de desenvolvimento.

Oportunidades – Para Irene Duarte, secretária de Meio Ambiente de Alta Floresta, o diagnóstico ambiental possibilita a criação de uma carteira de projetos. “Já realizamos reuniões no Ministério do Meio Ambiente e o nosso principal foco é recuperar as Áreas de Preservação Permanentes, onde estão as nossas nascentes. Nós sabíamos que tínhamos uma dívida ambiental, mas quando vemos isso quantificado, dobra a responsabilidade de atuação do poder público. Com esses estudos em mãos, temos uma premissa e podemos buscar linhas de financiamentos”, afirma.

O diagnóstico ambiental pode ser um importante instrumento para que o município consiga apoio para as ações de recuperação ambiental e regularização fundiária. “Saber a extensão do problema é um passo fundamental para obter parcerias e recursos”, aponta Micol, que cita a expectativa de lançamento do programa de regularização ambiental do governo estadual, o MT Legal, e o recurso obtido por Carlinda com o programa MT Flore sta. “Há ainda outras fontes, como o Programa Arco Verde, do governo federal”.

Alta Floresta – Apontado como um dos 36 municípios como maior índice de desmatamento pelo Ministério do Meio Ambiente no início de 2008, Alta Floresta adotou uma série de medidas para enfrentar a situação. O diagnóstico ambiental é um dos resultados dessas iniciativas. Segundo o estudo, cerca de 50% da área total do município foi desmatada. Das 6,5 mil nascentes do município, apenas 49% estão preservadas.

Carlinda – O Diagnóstico de Carlinda apontou que a situação geral do município em relação às Áreas de Preservação Permanente é muito crítica, cerca de 56% estão degradadas. Em relação às nascentes, foram mapeadas e identificadas 1,8 mil nascentes, desse total, 74% estão localizadas em áreas degradadas.

Colíder – O município apresenta 71% de sua área total desmatada. O resultado dos estudos demonstram que 89% das sub-bacias do município tem 7 5% ou menos de cobertura florestal. Como o município se encontra no bioma Amazônia, a porcentagem de área com floresta está bem abaixo dos níveis permitidos pela legislação, que é de 80%, segundo o Código Florestal.

“São três municípios com menos de quatro décadas de história e o principal desafio é em menor tempo do que isso alterar esse quadro de degradação. Os diagnósticos são uma base para ação dos gestores e da sociedade local”, conclui Micol.

Interessados podem acessar os diagnósticos no portal do ICV.

* Nota enviada por Priscila Viudes, do ICV – Instituto Centro de Vida

[EcoDebate, 04/03/2009]

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