Nova pesquisa reafirma que o aumento nas temperaturas globais pode causar severos impactos
[Por Henrique Cortez, do Ecodebate] Um novo estudo tenta atualizar algumas das conclusões do Terceiro Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC), avaliando os diversos cenários previstos de acordo com as faixas de aumento de temperaturas.
O estudo concluiu que, mesmo um baixo nível de aumento nas temperaturas médias globais, devido às emissões de gases de estufa, poderia causar problemas significativos em cinco áreas-chave da preocupação mundial. O estudo, que será publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, é intitulado “Assessing Dangerous Climate Change Through an Update of the IPCC ‘Reasons for Concern.”
Em 2001, o IPCC publicou, como parte de seu Terceiro Relatório de Avaliação, uma figura ilustrativa que identificou as mudanças no clima que, eventualmente, poderiam ser “motivos de preocupação” e que poderiam aumentar os riscos significativos, entre os cinco tipos de resultados que poderiam ser classificados como ” perigosos”.
De acordo com o diagrama, as cinco razões para preocupação são:
Risco de sistemas únicos e ameaçados
O potencial de aumento de dano ou perda irreversível de sistemas únicos e ameaçados, tais como recifes de corais, geleiras tropicais, espécies ameaçadas, ecossistemas únicos, hotspots de biodiversidade, pequenos Estados insulares e as comunidades indígenas. O novo estudo conclui que há uma nova e mais forte evidência, desde 2001, dos impactos das mudanças climáticas sobre os sistemas vulneráveis e únicos.
Risco de fenômenos meteorológicos extremos
O aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos com importantes consequências para as sociedades e dos sistemas naturais. Exemplos incluem aumento na freqüência, intensidade, ou das consequências de ondas de calor, inundações, secas, incêndios florestais e ciclones tropicais. O estudo reafirma as conclusões anteriores e destaca novas e mais fortes evidências da probabilidade e dos impactos de tais mudanças. O estudo destaca, ainda, que é mais do que provável que as atividades humanas contribuem para aumentos observados em ondas de calor, precipitações intensas e a intensidade dos ciclones tropicais.
Distribuição dos impactos
No que diz respeito às disparidades dos impactos, ou seja, se os pobres são mais vulneráveis do que os ricos. Algumas regiões, países e populações enfrentam maiores danos das alterações climáticas, enquanto outras regiões, países ou populações seriam muito menos lesados – e alguns poderiam até se beneficiar. Os pesquisadores confirmam que por exemplo, já existem provas de que as regiões de baixa latitude e zonas menos desenvolvidas geralmente enfrentam maiores riscos do as regiões de maior latitude e países mais desenvolvidos.
Agregado de danos
Que abrange medidas abrangentes dos impactos das mudanças climáticas. Os impactos, distribuídos em todo o mundo, podem ser agregados em uma única métrica padronizada, como danos monetários, vidas afetadas, ou vidas perdidas. O estudo, de acordo com os pesquisadores, avalia que, provavelmente, não ocorrerá uma reversão na tendência de aumento das temperaturas médias globais e que as mudanças climáticas trarão impactos negativos para as vidas de centenas de milhões de pessoas.
Riscos de grandes descontinuidades
Q representam a probabilidade de que certos fenômenos (chamados de ‘singularidades’) possam ocorrer e que qualquer um que pode ser acompanhado de grandes impactos, como o derretimento de grandes placas de gelo. De acordo com os pesquisadores, por exemplo, já existe uma melhor compreensão dos risco de contribuições adicionais a elevação do nível do mar a partir do delego das grandes massas de gelo da Groelândia e da Antártida.
Os autores destacam o aumento dos riscos e, como muitos outros, reafirmam a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases com efeito estufa gases e que isto é um desafio a ser prontamente enfrentado pelos diversos governos.
Nos últimos dois anos, diversos pesquisadores destacam a necessidade de efetivamente se reduzir as emissões, ao mesmo tempo em que todos devem se preparar para enfrentar os impactos, tanto em termos de mitigação como em adaptação às novas condições climáticas.
Ilustração dos impactos de acordo com terceiro relatório de avaliação do IPCC
A ilustração atualizada de acordo com a nova pesquisa
[EcoDebate, com informações da Stanford University]
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