Nos EUA, a indústria de biotecnologia reafirma sua oposição à rotulagem e ao direito de informação do consumidor

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Os EUA, ao contrário da maioria dos países, não adotou a rotulagem de produtos que contenham transgênicos. Sem a rotulagem, o consumidor fica privado de uma importante forma de identificar que o produto que está consumindo contem OGMs ou não.

Como alternativa, muitas empresas, por iniciativa própria, seguindo os passos das empresas que produzem ou distribuem produtos orgânicos, passaram a ‘rotular’ seus produtos como ‘biotech-free’ or ‘genetically engineered-free’. É, em certa medida, uma anti-rotulagem.

O American Farm Bureau, em recente press release, declarou que “a industria de biotecnologia reafirma sua firme oposição a que produtos sejam rotulados como ‘biotech-free’ or ‘genetically engineered-free.’” .

A indústria argumenta que a rotulagem induz o consumidor a pensar que existem diferenças entre produtos geneticamente modificados e os não midificados. Na outra ponta da questão, os defensores da rotulagem dizem que ser geneticamente modificado ou não já é a diferença em si mesma.

Vários cientistas questionam o modelo de autoregulação adotado pela FDA (US Food and Drug Administration ), na qual o licenciamento é realizado meramente diante de uma declaração da industria afirmando a segurança do grão/alimento geneticamente modificado.

Pela legislação atual, nos EUA, a FDA possui a autoridade para determinar e regulamentar a adoção de rotulagens, mas, atualmente, apenas exige a rotulagem nutricional, não existindo qualquer exigência quanto à rotulagem sobre conter transgênicos e esta é a ‘brecha’ que algumas industrias encontraram para destacar que seus produtos não ao geneticamente modificados.

A indústria, mais uma vez, pressiona a FDA para que a rotulagem que identifica os produtos sem transgênicos seja proibida.

Mas, desta vez, não será tão fácil. O presidente Obama durante a campanha expressou seu apoio à rotulagem obrigatória para produtos com transgênicos, e o atual secretário da agricultura, Tom Vilsack, também já se manifestou favorável à rotulagem obrigatória.

[EcoDebate, 25/02/2009]

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