EUA: Usina nuclear suspeita pelo aumento de casos de câncer
Central Nuclear Fermi (Foto de mandj98, flickr.com)
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] De acordo com o jornal online Michigan Messenger um relatório mostra um aumento 31% na taxa de câncer entre os jovens no condado de Monroe, Michigan (Monroe County) desde 1996
A taxa de câncer entre pessoas com menos de 25 anos no Condado de Monroe aumentou em mais de três vezes a taxa média do estado de Michigan entre 1996 e 2005, de acordo com um relatório do Departamento de Saúde Comunitária de Michigan (Michigan Department of Community Health, MDCH).
Entre 1996 e 2000, a taxa média de casos de câncer neste grupo etário foi de 18,5 casos por 100.000 pessoas. Entre 2001 e 2005, a taxa cresceu para 24,3 por 100.000. Entre 1996 e 2000, a taxa de câncer em todo o estado para este grupo foi de 20,2 por 100.000 e entre 2001 e 2005, a taxa foi de 21,9.
No condado de Monroe está instalada a central nuclear Fermi II, que se tornou totalmente operacional em 1988. Embora a indústria e o governo afirmem que o aumento local da taxa de câncer não está relacionado à central nuclear, muitos especialistas e críticos da energia nuclear dizem mais estudos são necessários.
O novo relatório, elaborado em resposta às questões apresentadas pelo Michigan Messenger, lança nova luz sobre a questão.
Na década de 1980, a taxa de câncer para os jovens em no condado de Monroe foi menor do que a média estadual. Nos anos 90 esta taxa cresceu, e no primeiro semestre de 2000, a taxa de câncer neste grupo de Monroe foi superior à média do Estado.
Para o período 1999-2004, existem dados que permitem comparar a taxa de câncer em Monroe, para a faixa etária de menos de 25 anos, tanto em relação à media no estado de Michigan e como nos EUA. A taxa foi de 23,5 por 100.000 no Condado de Monroe, 21,5 por 100.000 em Michigan e 19,5 por 100.000 nos EUA, de acordo com o Centers for Disease Control (CDC).
As autoridades reafirmaram que os níveis de radiação no entorno da central nuclear não excedem os limites máximos permitidos, mas, a exposição continuada é uma preocupação crescente na população.
A matéria cita um estudo alemão [Childhood Leukemia in the Vicinity of Nuclear Power Plants in Germany], do German Childhood Cancer Registry, de 2007, que identificou que a taxa de leucemia, em crianças com até cinco anos que viviam até 5 Km das centrais nucleares, era o dobro da média nacional. O estudo, no entanto, não conseguiu demonstrar uma relação causal entre a taxa elevada e a atividade nuclear.
O caso do condado de Monroe, no entanto, parece que reabrirá a questão e motivara novas pesquisas.
Para acessarem a máteria “Cancer questions grow around Fermi nuclear plant“, do Michigan Messenger, cliquem aqui.
[EcoDebate, 23/02/2009]
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