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Se você quiser lutar contra o aquecimento global, coma menos carne

consumo de carne

Contra a poluição, menos carne – É a mensagem que o diretor do Departamento Federal para o Meio Ambiente da Alemanha, Andreas Troge, lançou à população na Semana Verde, uma feira agroalimentar encerrada na semana passada em Berlim.

A agricultura é responsável por cerca de 15% das emissões alemãs que contribuem para o efeito estufa, e a agricultura concentrada na produção de carne é a que consome mais insumos de energia. Segundo a FAO, a produção de carne é responsável por aproximadamente um quinto das emissões globais de gases do efeito estufa. Um estudo da organização World Wildlife Fund (WWF) estima que 1 quilo de carne de gado exige 16 mil litros de água, contando a ração e a água consumidos até seu terceiro ano de vida. Matéria de Rafael Poch, do La Vanguardia.

Troge propôs aos alemães um retorno aos níveis do pré-guerra quanto ao consumo de carne. Na época, segundo ele, as famílias consumiam carne somente nas ocasiões especiais. Se isso é pedir demais, pelo menos os alemães deveriam se orientar pelos níveis de consumo mediterrâneos, acrescentou. “Deveríamos repensar nosso grande consumo de carne, recomendo que as pessoas voltem à prática dos assados dominicais e se orientem pelos hábitos alimentares dos países mediterrâneos”, disse Troge. Na Alemanha, quase 40% das calorias procedem da carne ou de produtos da mesma, enquanto na Itália esse índice é de 25%.

A União Vegetariana da Alemanha (VeBu) aplaudiu a declaração,. “Finalmente os políticos percebem que o atual consumo de carne não é sustentável”, disse um de seus porta-vozes. Mas Troge, cujo departamento é apenas um dos três em que se divide o Ministério do Meio Ambiente, Proteção à Natureza e Segurança de Reatores, expressou apenas um desejo pessoal, o que bastou para irritar os representantes do setor da carne presentes na feira em Berlim.

Os alemães consomem cada vez mais carne – embora nos últimos anos se verifique um ligeiro declínio – e sua paixão pela suína faz parte da identidade gastronômica nacional, junto com as batatas ou a cerveja. Esse hábito, somado à explosão do setor de padarias industriais, os doces e a comida industrial preparada com excesso de gordura, os transformou em líderes europeus em obesidade.

Quase um em cada dois alemães – 40 milhões da população de 82 milhões -, com predomínio dos homens (quase 60%) sobre as mulheres (35%), sofre excesso de peso ou pode se considerar gordo, segundo dados da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade divulgados no ano passado. Um em cada cinco crianças e um em cada três jovens alemães são considerados gordos. Um relatório parlamentar revelou no ano passado que até 40% dos soldados do exército apresentam excesso de peso.

As doenças relacionadas ao sobrepeso, como diabetes, cardiovasculares, infartos e diversos tipos de câncer, custam à saúde pública alemã 70 bilhões de euros por ano, e por isso as autoridades sanitárias tentam fomentar até 2020 uma alimentação melhor e uma vida com mais movimento, por meio de diversos planos.

O consumo médio atual de carne no mundo é de 100 gramas por pessoa/dia. Mas há grandes disparidades geográficas e sociais, pois nos países desenvolvidos se atingem 224 gramas por pessoa/dia. Um estudo internacional dirigido pela Universidade Nacional da Austrália em Canberra propôs há um ano e meio reduzir o consumo de carne para 90 gramas por dia, sem diminuir as 50 gramas de carne vermelha (bovina, bovina, caprina…).

Quanto à saúde do planeta, o esterco, a fermentação gástrica e intestinal dos ruminantes ou o desmatamento para criar pastos são os principais focos dos gases que aquecem a atmosfera procedentes do setor pecuarista, sem esquecer os óxidos nítricos produzidos pelos fertilizantes nitrogenados usados para obter ração ou os combustíveis nas fazendas.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Matéria [Contra la contaminación, menos carne] do jornal La Vanguardia, Espanha, publicada pelo UOL Notícias, 10/02/2009 – 01h12

[EcoDebate, 10/02/2009]

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One thought on “Se você quiser lutar contra o aquecimento global, coma menos carne

  • Missao Tanizaki

    Reduzir consumo de carne realmente contribui para Reduzir as Mudanças Climáticas.

    Outro aspecto que deve ser divulgado e associado a questão das Mudanças Climáticas é que a Redução do Consumo de Carne, também, reduz muitos Males da Saúde Humana, entre eles podemos citar a questão da incidência de CÂNCER.

    MISSAO TANIZAKI
    Fiscal Federal Agropecuário
    Bacharel em Química
    missao.tanizaki@agricultura.gov.br
    Esplanada dos Ministérios, Bloco “D”, Sala 346-B, Brasíla/DF

    TUDO POR UM BRASIL / MUNDO MELHOR
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