Estudo revela que baleias tinham filhotes na terra há 48 milhões de anos
(A, B)– Dorudon atrox (5.0 m; 36.5 Ma) based on UM 101222 and 101215 [11] in lateral and dorsal views, respectively. (C, D)– Maiacetus inuus (2.6 m; 47.5 Ma) based on male specimen GSP-UM 3551 in lateral and dorsal views, respectively.
Os fósseis de uma fêmea grávida e um macho da mesma espécie foram encontrados no Paquistão em 2000 e 2004
Os fósseis de duas baleias que vivera há quase 48 milhões de anos revelaram que esses mamíferos marinhos tinham seus filhotes em terra, disseram cientistas norte-americanos em um informe divulgado nesta terça-feira, 3, pela revista PLoS ONE.
Os fósseis de uma fêmea grávida e um macho da mesma espécie foram encontrados no Paquistão em 2000 e 2004 por uma equipe de cientistas liderada pelo paleontólogo Philip Gingerich da Universidade de Michigan. Matéria da Agência EFE, com informações complementares do EcoDebate.
Essa foi a primeira descoberta de um esqueleto fetal de uma baleia extinta do grupo conhecido como archaeoceti e o achado representa uma nova espécie denominada Maiacetus inuus, indicou o estudo.
Gingerich disse ter ficado perplexo com o conjunto de ossos que encontrou. “quando vi pela primeira vez os pequenos dentes pensei que se tratava de uma baleia adulta pequena, mas logo continuamos escavando e encontramos costelas que pareciam ser grandes demais para serem do mesmo esqueleto”, disse. “Ao final me dei conta de que havíamos encontrado uma fêmea com um feto.”
O feto estava posicionado para um parto de cabeça, igual ao dos mamíferos terrestres, mas diferente das baleias modernas, o que indica que esses animais tinham seus filhotes em terra, diz o estudo.
Além disso, a dentição desenvolvida do feto sugere que os Maiacetus recém-nascidos se defender sozinhos no começo de suas vidas.
O espécime achado quatro anos depois no mesmo lugar tem as mesmas características da fêmea, mas é um esqueleto incompleto, com 12% do total, e seus dentes são 20% maiores.
Segundo Gingerich, os dentes das baleias são adequados para a captura e ingestão de peixes e provavelmente elas só saíram para o parto e para o acasalamento.
Elas tinham quatro patas modificadas para a natação, embora pudessem sustentar seu peso sobre suas barbatanas e provavelmente conseguiam viajar vários metros em terra.
* Matéria da Agência EFE, no Estadao.com.br, terça-feira, 3 de fevereiro de 2009, 21:09
Nota do EcoDebate: a pesquisa “New Protocetid Whale from the Middle Eocene of Pakistan: Birth on Land, Precocial Development, and Sexual Dimorphism” publicado na revista edição online da revista Plos ONE está dispoível para acesso integral. Para acessar a pesquisa, no original em inglês, clique aqui.
Abaixo transcrevemos o abstract:
Abstract
Background
Protocetidae are middle Eocene (49–37 Ma) archaeocete predators ancestral to later whales. They are found in marine sedimentary rocks, but retain four legs and were not yet fully aquatic. Protocetids have been interpreted as amphibious, feeding in the sea but returning to land to rest.
Methodology/Principal Findings
Two adult skeletons of a new 2.6 meter long protocetid, Maiacetus inuus, are described from the early middle Eocene Habib Rahi Formation of Pakistan. M. inuus differs from contemporary archaic whales in having a fused mandibular symphysis, distinctive astragalus bones in the ankle, and a less hind-limb dominated postcranial skeleton. One adult skeleton is female and bears the skull and partial skeleton of a single large near-term fetus. The fetal skeleton is positioned for head-first delivery, which typifies land mammals but not extant whales, evidence that birth took place on land. The fetal skeleton has permanent first molars well mineralized, which indicates precocial development at birth. Precocial development, with attendant size and mobility, were as critical for survival of a neonate at the land-sea interface in the Eocene as they are today. The second adult skeleton is the most complete known for a protocetid. The vertebral column, preserved in articulation, has 7 cervicals, 13 thoracics, 6 lumbars, 4 sacrals, and 21 caudals. All four limbs are preserved with hands and feet. This adult is 12% larger in linear dimensions than the female skeleton, on average, has canine teeth that are 20% larger, and is interpreted as male. Moderate sexual dimorphism indicates limited male-male competition during breeding, which in turn suggests little aggregation of food or shelter in the environment inhabited by protocetids.
Conclusions/Significance
Discovery of a near-term fetus positioned for head-first delivery provides important evidence that early protocetid whales gave birth on land. This is consistent with skeletal morphology enabling Maiacetus to support its weight on land and corroborates previous ideas that protocetids were amphibious. Specimens this complete are virtual ‘Rosetta stones’ providing insight into functional capabilities and life history of extinct animals that cannot be gained any other way.
Citation: Gingerich PD, ul-Haq M, von Koenigswald W, Sanders WJ, Smith BH, et al. (2009) New Protocetid Whale from the Middle Eocene of Pakistan: Birth on Land, Precocial Development, and Sexual Dimorphism. PLoS ONE 4(2): e4366. doi:10.1371/journal.pone.0004366
Editor: Paul Sereno, University of Chicago, United States of America
Received: November 11, 2008; Accepted: December 23, 2008; Published: February 4, 2009
Copyright: © 2009 Gingerich et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.
Funding: Research was supported by the Geological Survey of Pakistan, National Geographic Society (5537-95), U. S. National Science Foundation (9714923, 0517773), German Alexander von Humboldt Stiftung, and University of Michigan. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.
Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.
[EcoDebate, 04/02/2009]
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