Poluição do ar contribui para a hipertensão arterial, por Henrique Cortez
Pesquisa do Ohio State University Medical Center – o primeiro estudo a relacionar diretamente a poluição atmosférica com a hipertenão arterial, afirma que o simples ato de respirar o ar poluído pode prejudicar a saúde. A pesquisa foi publicada na revista Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology, publicada pela American Heart Association. Por Henrique Cortez, do EcoDebate.
Os pesquisadores expuseram ratos à poluição atmosférica, em doses equivalentes ao que, em média, é o que as pessoas, nos EUA, são expostas diariamente. Na realidade, esta média é inferior aos níveis das regiões mais poluídas dos EUA e muito inferior à média da poluição atmosférica da China e Índia. Após um período de exposição de 10 semanas a pressão arterial das cobaias subiu sensivelmente.
O resultado é compatível com observações de campo já identificadas, tais como na Califórnia [Poluição atmosférica na Califórnia mata 24 mil pessoas ao ano].
A OMS (Organização Mundial da Saúde) contabiliza que entre 2 milhões e 4 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em decorrência da poluição. A EPA, U.S. Environmental Protection Agency, registra que os poluentes atmosféricos, nos EUA, são os particulados, ozônio, dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre, em geral emitidos por termelétricas a carvão, automóveis e emissões industriais. Os pesquisadores afirmam que os resultados do estudo devem incentivar que a EPA fixe novos padrões para a redução da poluição atmosférica.
Enquanto isto, em áreas reconhecidamente poluídas, não há outra alternativa além do uso de máscaras ou de filtros nos sistemas de ventilação.
Pesquisas recentes também informam que algumas vitaminas podem reduzir os danos causados pela poluição. A University of Washington School of Public Health and Community Medicine avaliou que as vitaminas A e C podem ajudar as pessoas com asma, reduzindo a sensibilidade à poluição atmosférica e pesquisadores da Harvard School of Public Health afirmam que as vitaminas B6 e B12 podem proteger o coração dos impactos da poluição atmosférica por particulados no coração.
No entanto são meros paliativos. A única solução real será a redução da poluição atmosférica, única alternativa que realmente preservará a saúde respiratória e cardíaca das pessoas.
Pesquisadores: Kai Jen Chuang, Ph.D.; Brent A. Coull, Ph.D.; Antonella Zanobetti, Ph.D.; Helen Suh, Sc.D.; Joel Schwartz, Ph.D.; Peter H. Stone, M.D.; Augusto Litonjua, M.D.; e Frank E. Speizer, M.D.
O acesso ao conteúdo integral da pesquisa é restrito a assinantes da revista Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology. Para acessar o sumário da pesquisa “Air pollution can hinder heart’s electrical functioning“, clique aqui.
[EcoDebate, 27/12/2008]