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Amamentação aumenta o QI dos bebês, por Henrique Cortez

Crianças amamentadas durante os três primeiros meses de vida apresentam, aos seis anos de idade, resultados mais elevados em testes de QI do que as outras crianças. É o que concluiu um estudo realizado por pesquisadores da McGill University, no Canadá e publicado no Archives of General Psychiatry. Por Henrique Cortez*, do EcoDebate.

É, até o momento, o maior estudo randomizado relacionando amamentação e QI, concluindo que o aleitamento materno aumenta o QI das crianças e melhora a sua performance acadêmica.

No artigo, Breastfeeding and Child Cognitive Development [Aleitamento Materno Infantil e Desenvolvimento Cognitivo], publicado no Archives of General Psychiatry, o Dr. Michael S. Kramer, diretor científico do Canadian Institutes of Health Research (CIHR), Institute of Human Development, Child and Youth Health (IHDCYH), relata os resultados do acompanhamento de um grupo de 14.000 crianças até os 6,5 anos.

“Nosso estudo fornece a evidência mais forte, até agora, de que a amamentação exclusiva e prolongada torna as crianças mais inteligentes”, disse Kramer, um professor de Pediatria e de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Medicina da Universidade McGill e pesquisador líder do estudo.

Kramer e seus colegas avaliaram as crianças em 31 hospitais e clínicas bielorrussas. Metade das mães foram expostas a uma intervenção prolongada e que incentivou o aleitamento materno exclusivo. A outra metade continuou com seu modo habitual de alimentação dos bebes, maternidade, hospital pediátrico e atendimento ambulatorial. Isto permitiu que os pesquisadores medissem o efeito da amamentação sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, sem os resultados serem tendenciosos por diferenças nos fatores, tais como a inteligência da mãe ou de sua maneira de interagir com seu bebê.

A capacidade cognitiva das crianças foi avaliada por testes QI, administrado pelo pediatra da criança e pelos seus professores, visando os “ratings do seu desempenho acadêmico em leitura, escrita, matemática e outras disciplinas. Os conjuntos de medidas foram significativamente maiores no grupo do aleitamento materno.

“O efeito do aleitamento materno sobre o desenvolvimento cerebral e inteligência há muito tem sido um tema popular e discutível”, diz o Dr. Kramer. “Enquanto a maioria dos estudos seja baseada na associação, no entanto, podemos agora fazer uma inferência causal entre aleitamento materno e inteligência — por causa do desenho do nosso estudo randomizado. “

O estudo foi financiado pelo Canadian Institutes of Health Research

* Com informações da McGill University.

Abaixo transcrevemos, no original em inglês, abstract do Archives of General Psychiatry. Para traduzir o texto utilize a barra de ferramentas de idiomas, no topo da matéria, logo abaixo do título e, na caixa de opções, selecione o idioma “Português”.

Breastfeeding and Child Cognitive Development

New Evidence From a Large Randomized Trial

Michael S. Kramer, MD; Frances Aboud, PhD; Elena Mironova, MSc; Irina Vanilovich, MD, MSc; Robert W. Platt, PhD; Lidia Matush, MD, MSc; Sergei Igumnov, MD, PhD; Eric Fombonne, MD; Natalia Bogdanovich, MD, MSc; Thierry Ducruet, MSc; Jean-Paul Collet, MD, PhD; Beverley Chalmers, DSc, PhD; Ellen Hodnett, PhD; Sergei Davidovsky, MD, MSc; Oleg Skugarevsky, MD, PhD; Oleg Trofimovich, BSc; Ludmila Kozlova, BSc; Stanley Shapiro, PhD; for the Promotion of Breastfeeding Intervention Trial (PROBIT) Study Group

Arch Gen Psychiatry. 2008;65(5):578-584.

Context The evidence that breastfeeding improves cognitive development is based almost entirely on observational studies and is thus prone to confounding by subtle behavioral differences in the breastfeeding mother’s behavior or her interaction with the infant.

Objective To assess whether prolonged and exclusive breastfeeding improves children’s cognitive ability at age 6.5 years.

Design Cluster-randomized trial, with enrollment from June 17, 1996, to December 31, 1997, and follow-up from December 21, 2002, to April 27, 2005.

Setting Thirty-one Belarussian maternity hospitals and their affiliated polyclinics.

Participants A total of 17 046 healthy breastfeeding infants were enrolled, of whom 13 889 (81.5%) were followed up at age 6.5 years.

Intervention Breastfeeding promotion intervention modeled on the Baby-Friendly Hospital Initiative by the World Health Organization and UNICEF.

Main Outcome Measures Subtest and IQ scores on the Wechsler Abbreviated Scales of Intelligence, and teacher evaluations of academic performance in reading, writing, mathematics, and other subjects.

Results The experimental intervention led to a large increase in exclusive breastfeeding at age 3 months (43.3% for the experimental group vs 6.4% for the control group; P < .001) and a significantly higher prevalence of any breastfeeding at all ages up to and including 12 months. The experimental group had higher means on all of the Wechsler Abbreviated Scales of Intelligence measures, with cluster-adjusted mean differences (95% confidence intervals) of +7.5 (+0.8 to +14.3) for verbal IQ, +2.9 (–3.3 to +9.1) for performance IQ, and +5.9 (–1.0 to +12.8) for full-scale IQ. Teachers’ academic ratings were significantly higher in the experimental group for both reading and writing.

Conclusion These results, based on the largest randomized trial ever conducted in the area of human lactation, provide strong evidence that prolonged and exclusive breastfeeding improves children’s cognitive development.

Trial Registration isrctn.org Identifier: ISRCTN37687716

Author Affiliations: Departments of Pediatrics (Drs Kramer, Platt, and Fombonne), Epidemiology and Biostatistics (Drs Kramer, Platt, Collet, and Shapiro and Mr Ducruet), Psychology (Dr Aboud), and Psychiatry (Dr Fombonne), McGill University, Montreal, Quebec, Canada; National Research and Applied Medicine Mother and Child Centre, Minsk, Belarus (Mss Mironova and Kozlova, Drs Vanilovich, Matush, Igumnov, Bogdanovich, Davidovsky, and Skugarevsky, and Mr Trofimovich); and Department of Epidemiology and Community Health, Queen’s University, Kingston (Dr Chalmers) and Faculty of Nursing, University of Toronto, Toronto (Dr Hodnett), Ontario, Canada.

[EcoDebate, 27/12/2008]

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