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Minorias são vítimas do aquecimento global

Fragmento de geleira trazido pelo mar na costa da Islândia. Foto: Nick Russill
Fragmento de geleira trazido pelo mar na costa da Islândia. Foto: Nick Russill

Em todo o mundo, é evidente o resultado das perigosas mudanças climáticas. Enchentes em Bihar, na Índia, secas no norte do Quênia, na África, e no Ártico as temperaturas vêm subindo duas vezes mais do que no resto do planeta. As piores vítimas são os menos preparados para enfrentar esses problemas.

Segundo relatório da ONG Minority Rights Group International, ou Grupo Internacional de Direitos das Minorias, a ONU tem ignorado as experiências de comunidades que já estão sofrendo as conseqüências das mudanças extremas no clima. Para essa organização, apesar de as minorias e nativos destas comunidades estarem entre as maiores vítimas do aquecimento global, estão sendo excluídos do debate das Nações Unidas sobre o tema. Matéria de Fiona Campbell, da Radio Nederland.

Farah Mihlar, desse grupo internacional em defesa das minorias, afirma que “por milênios eles têm se adaptado às mudanças climáticas e possuem muito conhecimento que poderia ser útil no debate das Nações Unidas. Parte da estratégia da ONU é desenvolver formas de adaptação ao problema, o que essas comunidades têm feito historicamente”.

Cientistas dizem que as temperaturas globais irão aumentar entre 1,8 e 4 graus Celsius até o fim desse século por causa do gás carbônico proveniente da queima de combustíveis fósseis para energia e transporte. Geleiras irão derreter, o nível do mar vai subir e haverá mais enchentes, secas e tempestades, colocando milhões de pessoas em perigo.

Índia
Um dos exemplos mais chocantes do maior risco às minorias está na Índia, onde 170 milhões de pessoas da etnia Dalit são física, social e economicamente excluídas por questões religiosas. Em conseqüência, os Dalit foram os mais atingidos por severas enchentes causadas pelas monções em 2007. Além de morar em casas precárias e em áreas de risco de enchentes, o povo dessa etnia costuma ser o último a receber socorro, diz Farah Mihlar.

Ninguém espera que o debate por vir vá resolver esses problemas, mas se eles começassem a ouvir já seria algo, diz a representante da ONG. “Tem que haver um jeito de inserir os nativos destas comunidades nesses debates. Não é pedir muito.”

Kyoto
Certamente a ONU vai abrir as portas a Barack Obama, por representar um novo patamar nas negociações globais sobre o aquecimento. Aparentemente, a abordagem do futuro presidente norte-americano sobre as mudanças climáticas é bem diferente da administração do governo Bush, que não reduziu as emissões de gases poluentes dos Estados Unidos e se recusou a assinar o Tratado de Kyoto em 1997, que expira em quatro anos.

[EcoDebate, 22/12/2008]

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