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Notícia

Pesquisadores dos EUA desenvolvem um mapa de mortalidade por riscos naturais, por Henrique Cortez

Na última década os EUA sofreram com uma severa seqüência de desastres naturais e, com eles, a perda de muitas vidas humanas. Compreender e avaliar as áreas de risco e os impactos potenciais foi a motivação para que os pesquisadores Susan Cutter e Kevin Borden, da University of South Carolina, Columbia, criassem o primeiro mapa de riscos naturais dos EUA.

O mapa, republicado pelo BioMed Central, foi originalmente publicado no International Journal of Health Geographics, permite visualizar a probabilidade de morrer em conseqüência de fenômenos naturais, tais como enchentes, terremotos ou condições meteorológicas extremas . A pesquisa usou informações acumuladas desde 1970.

Os pesquisadores acreditam que o trabalho vai permitir a pesquisa e gestão de emergência para analisar os riscos a partir de informações. O mapa foi concebido como uma ferramenta para identificar áreas com risco de morte superior à média, justificando a alocação de recursos para essas áreas, com a meta de reduzir a perda de vidas.

De acordo com o mapa, a mortalidade é mais proeminente no Sul, onde mais pessoas foram mortas por diversas condições atmosféricas graves perigos e tornados. Outras áreas de risco elevado são a região norte do Great Plains, onde ondas de calor e seca foram os riscos naturais que mais matam.

Ondas de calor e seca foram classificados como os maiores, causando 19,6% do total das mortes, seguidas de perto pelas condições meteorológicas severas de verão (18,8%) e de inverno (18,1%). Eventos geofísicos (como sismos), incêndios florestais e furacões, foram responsáveis por menos de 5% do total de óbitos.

Em geral acredita-se que os riscos naturais altamente destrutivos, tais como furacões e terremotos, são os maiores responsáveis por mortes decorrentes de riscos naturais, mas a pesquisa demonstrou que seu impacto na mortalidade é muito menos do que dos eventos meteorológicos.

A pesquisa é especialmente importante se consideramos que o aquecimento global e as mudanças climáticas, de acordo com os modelos do IPCC, serão fatores de agravamento dos fenômenos meteorológicos, com maiores e mais freqüentes ondas de calor e seca, além de tempestades e inundações.

Em certa medida é o que aconteceu no desastre de Santa Catarina, vitimada por um fenômeno natural, provavelmente agravado pelo aquecimento global.

Se os modelos climáticos estiverem certos, precisaremos fazer um trabalho análogo no Brasil, para que possamos desenvolver as necessárias medidas de mitigação e resposta às emergências.

No entanto, depois de incontáveis estragos causados pelo El Nino, previsto com razoável antecedência, nossas autoridades continuam sendo seguidamente “surpreendidas”.
Este despreparo institucional, no futuro, pode significar a perda desnecessária de milhares de vidas.

Abaixo está o link para o acesso integral ao artigo, no formato PDF e seu abstract.

Spatial patterns of natural hazards mortality in the United States
Kevin A Borden and Susan L Cutter

International Journal of Health Geographics
2008, 7:64doi:10.1186/1476-072X-7-64
Published: 17 December 2008

Abstract

Background

Studies on natural hazard mortality are most often hazard-specific (e.g. floods, earthquakes, heat), event specific (e.g. Hurricane Katrina), or lack adequate temporal or geographic coverage. This makes it difficult to assess mortality from natural hazards in any systematic way. This paper examines the spatial patterns of natural hazard mortality at the county-level for the U.S. from 1970-2004 using a combination of geographical and epidemiological methods.
Results

Chronic everyday hazards such as severe weather (summer and winter) and heat account for the majority of natural hazard fatalities. The regions most prone to deaths from natural hazards are the South and intermountain west, but sub-regional county-level mortality patterns show more variability. There is a distinct urban/rural component to the county patterns as well as a coastal trend. Significant clusters of high mortality are in the lower Mississippi Valley, upper Great Plains, and Mountain West, with additional areas in west Texas, and the panhandle of Florida, Significant clusters of low mortality are in the Midwest and urbanized Northeast.
Conclusions

There is no consistent source of hazard mortality data, yet improvements in existing databases can produce quality data that can be incorporated into spatial epidemiological studies as demonstrated in this paper. It is important to view natural hazard mortality through a geographic lens so as to better inform the public living in such hazard prone areas, but more importantly to inform local emergency practitioners who must plan for and respond to disasters in their community.

Por Henrique Cortez, do Ecodebate.

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