Fiscais do MTE resgatam 40 trabalhadores condições análogas à escravidão no Mato Grosso
Uma parte do grupo atuava em pedreiras em Nortelândia, outra parte na plantação de peão-manso, em Nova Mutun. Junto ao grupo, que atuava nas pedreiras e que estava exposto contaminação por materiais tóxicos, havia dois adolescentes
Brasília, 12/12/2008 – Ação do Grupo de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE/MT) libertou 40 trabalhadores de condições análogas à escravidão – incluindo dois adolescentes, um de 14 e outro de 17 anos. A operação foi realizada nos municípios de Nortelândia e Nova Mutum – cerca de 250km da capital Cuiabá – entre 19 a 28 de novembro.
Uma parte dos 40 trabalhadores resgatados atuava na plantração de pinhão-manso, para a fabicação de biodiesel. Outra parte trabalhava na extração de pedras, onde os adolescentes foram encontrados.
Todos estavam alojados em situação precária, em barracos de lona, sem instalações sanitárias, péssimas condições de higiene e ingerindo água imprópria para consumo. Além disso, nem um deles possuía Equipamento de Proteção Individual (EPI).
De acordo com a auditora fiscal do Trabalho, Lúcia Keiko, a pior situação era a dos trabalhadores resgatados nas pedreiras, em Nortelândia. As vasilhas utilizadas na preparação dos explosivos – com materiais tóxicos como enxofre, carbono e salitre – eram lavadas no córrego cuja água era utilizada para consumo dos trabalhadores.
“Além de estarem submetidos a uma situação degradante que fere totalmente a dignidade do ser humano, ainda estavam expostos à contaminação por materiais tóxicos”, ressaltou Keiko.
Todos os trabalhadores encontrados durante a ação, oriundos de cidades próximas, receberam as guias de pagamento do seguro-desemprego. Os proprietários alegaram não possuir condições financeiras para fazer o pagamento das verbas rescisórias e, por isso, a questão foi encaminhada ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
* Nota da Assessoria de Imprensa do MTE
[EcoDebate, 13/12/2008]
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