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Diesel tira Petrobras do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) BOVESPA

A partir do dia 1º de dezembro de 2008 entra em vigor a nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da qual foram excluídas as empresas Aracruz, CCR Rodovias, Copel, Iochpe-Maxion, Petrobras e WEG.

BM&FBOVESPA divulga carteira do ISE 2008/2009
Indicador reúne 38 ativos de 30 empresas e 12 setores que somam R$ 372 bilhões
25 de Novembro de 2008

A partir do dia 1º de dezembro de 2008 entra em vigor a nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador composto de ações emitidas por empresas que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social. A renovação da carteira apresentou os ingressos dos ativos da Celesc, Duratex, Odontoprev, TIM, Telemar e Unibanco, enquanto que os da Aracruz, CCR Rodovias, Copel, Iochpe-Maxion, Petrobras e WEG foram excluídos.

A nova carteira vigora até o dia 30 de novembro de 2009 e reúne 38 ativos de 30 companhias que totalizam R$372 bilhões em valor de mercado. Esse montante corresponde a 30,7% da capitalização total das 394 empresas com ações negociadas na Bolsa que, em 21 de novembro deste ano era de R$ 1,21 trilhão. A formação da carteira anterior contava com 40 ações emitidas por 32 empresas de 13 setores totalizando, naquela época, R$927 bilhões em valor de mercado (39,6% do total da BM&FBOVESPA).

As participantes da nova carteira do ISE foram selecionadas dentre as 51 empresas que responderam ao questionário desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCes) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) e enviado às 137 companhias emissoras das 150 ações mais líquidas da BM&FBOVESPA. Confira, a seguir, as empresas que compõem a nova carteira:

– AES TIETE
– DURATEX
– ODONTOPREV
– BRADESCO
– ELETROBRAS
– PERDIGAO S/A
– BANCO DO BRASIL
– ELETROPAULO
– SABESP
– BRASKEM
– EMBRAER
– SADIA S/A
– CELESC
– ENERGIAS BR
– SUZANO PAPEL
– CEMIG
– GERDAU
– TELEMAR
– CESP
– GERDAU MET
– TIM PART S/A
– COELCE
– ITAUBANCO
– TRACTEBEL
– CPFL ENERGIA
– LIGHT S/A
– UNIBANCO
– DASA
– NATURA
– V C P

Conceito e metodologia
O ISE, criado em dezembro de 2005, foi formulado com base no conceito internacional Triple Botton Line (TBL) que avalia, de forma integrada, elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros. Aos princípios do TBL, foram adicionados outros três indicadores: governança corporativa, características gerais e natureza do produto.

As dimensões econômico-financeiras, sociais e ambientais das empresas foram abordadas no questionário a partir de quatro conjuntos de critérios: Políticas (indicadores de comprometimento); Gestão (planos, programas, metas e monitoramento); Desempenho (indicadores de performance); e Cumprimento Legal (cumprimento de normas nas áreas ambiental, trabalhista, de concorrência, junto ao consumidor entre outras).

O Conselho do ISE é composto pelas entidades Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, International Finance Corporation (IFC), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), além da BM&FBOVESPA e do Ministério do Meio Ambiente.

ISE na BM&FBOVESPA
O ISE reflete o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com os melhores desempenhos em todas as dimensões que medem sustentabilidade empresarial. Foi criado para se tornar benchmark (marca de referência) para o investimento socialmente responsável e também indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro. É calculado pela Bovespa em tempo real ao longo do pregão, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à vista. As ações integrantes do ISE são selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa em termos de liquidez e ponderadas na carteira pelo valor de mercado dos ativos disponíveis à negociação.

O índice é revisado anualmente com base nos procedimentos e critérios a seguir:

Critérios de inclusão
a. Ser uma das 150 ações com maior índice de negociabilidade apurados nos doze meses anteriores à reavaliação.
b. Ter sido negociada em pelo menos 50% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira;
c. Atender aos critérios de sustentabilidade apurados no questionário preenchido anualmente.

Critérios de exclusão
a. Se a empresa emissora entrar em regime de recuperação judicial ou falência.
b. No caso de oferta pública que resultar em retirada de circulação parcela significativa de ações da empresa do mercado.
c. Se algum fato alterar significativamente os níveis de sustentabilidade e responsabilidade social da empresa, caberá ao Conselho do ISE avaliar sobre sua exclusão.
d. Se na revisão anual a empresa não atender aos critérios de sustentabilidade apurados no questionário.

Nota do Ecodebate: Abaixo transcrevemos informações complementares da Agência Reuters, 25/11/2008 – 22h37:

Diesel tira Petrobras de índice de sustentabilidade da Bovespa

SÃO PAULO (Reuters) – A Bolsa de Valores de São Paulo anunciou nesta terça-feira a nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que trouxe como principal mudança a exclusão da Petrobras.

A carteira, que reúne ações de empresas consideradas altamente comprometidas com boas práticas socioambientais, é atualizada a cada doze meses.

A nova edição traz o ingresso de Celesc, Duratex, Odontoprev, TIM, Oi e Unibanco.

Além de Petrobras, Aracruz, CCR Rodovias, Copel, Iochpe-Maxion e WEG foram excluídas. A nova carteira vigora de 1o de dezembro deste ano até 30 de novembro de 2009.

A decisão foi tomada pelo Conselho do ISE, composto por entidades como Bovespa, International Finance Corporation (IFC), Apimec, Anbid, Instituto Ethos, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

A exclusão seguiu-se ao não cumprimento, pela Petrobras, da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que demanda a produção de diesel com menor quantidade de partículas de enxofre.

“(Isso) é responsável por graves doenças respiratórias na população (especialmente crianças e idosos) e pela morte prematura de aproximadamente 10 mil pessoas por ano”, disse em nota Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo, uma das 12 entidades que pediu a exclusão da Petrobras do ISE.

PETROBRAS

Em nota divulgada na noite de terça-feira, a Petrobras informou ter solicitado ao Conselho do ISE um esclarecimento sobre os motivos que levaram à exclusão. E que somente se pronunciará oficialmente após obter uma resposta.

A estatal negou, no entanto, as alegações de entidades como o Movimento Nossa São Paulo de que estaria descumprindo uma resolução do Conama. “A companhia afirma que (isso) é uma inverdade, já que a citada resolução não está relacionada à quantidade de enxofre no diesel e sim aos limites de emissão que os novos motores deverão atender.”

A Petrobras disse ainda que, mesmo sem a disponibilidade de motores próprios para a redução de emissões, comprometeu-se anteriormente a fornecer o diesel S50 (com menor teor de enxofre) a partir de 2010.

“A Companhia repudia toda e qualquer acusação infundada, baseada em interpretações equivocadas, como a de que não está cumprindo a legislação vigente em relação à qualidade dos combustíveis comercializados no Brasil.”

(Reportagem de Aluísio Alves e Fabio Murakawa)

* Informação da BMF&BOVESPA, enviada por Cylene Gama, Gestora do Instituto Serrano Neves http://www.serrano.neves.nom.br

[EcoDebate, 26/11/2008]

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