Ameaças ao meio ambiente nos EUA: Presidente Bush quer aprovar às pressas leis que favorecem indústria

[Threats to the environment in the U.S.: President Bush wants to hurriedly pass laws that favor industry]

A três meses de George W. Bush deixar a Casa Branca, ambientalistas afirmam que o presidente americano ainda pode aprovar medidas nocivas para o meio ambiente. Ele tenta aprovar às pressas medidas que favorecem a indústria em detrimento do meio ambiente.

As mais polêmicas são permissão para que usinas de energia operem perto de parques nacionais, afrouxamento de regras sobre o lixo produzido por grandes fazendas e facilidades para operação de mineradoras de carvão. Do O Globo, 05/11/2008.

Essas propostas, já chamadas de “regulamentações da meia noite”, são criticadas por ambientalistas, que lutaram, em vão, para que Bush se empenhasse na redução das emissões de gases do efeito estufa. Eles têm apoio de conservadores na oposição às medidas, tomadas ao apagar das luzes pelo Departamento do Interior e pela Agência de Proteção Ambiental.

– O governo Bush passou 8 anos no poder e, nesse tempo, criou mais emendas do que qualquer outro – diz Eli Hehrer, do Competitive Enterprise Institute. – A essa altura, em plena crise econômica, é temeroso aprovar medidas que foram pouco discutidas e têm importância questionável.

A equipe de Bush acelerou as mudanças para que possam entrar em vigor antes que ele saia da Casa Branca, no próximo dia 20 de janeiro. Se entrarem em vigor, será difícil para a próxima administração derrubálas.

– Essa não deverá ser uma prioridade para o próximo presidente – comentou Matt Madia, da ONG OMB Watch, que acompanha o setor de gestão e orçamento da Casa Branca, por onde têm que passar essas alterações. – É atitude de alguém que sabe que está prestes a perder o poder.

Milhares de pessoas criticam as medidas relacionadas

Mais do que o meio ambiente, as indústrias serão as mais beneficiadas, segundo Madia: – Seja a indústria agrícola ou de mineração, serão removidas as restrições governamentais às suas atividades.

Elas vão poder poluir mais.

O que chamou a atenção foi a rapidez do processo. Uma das mudanças do Departamento do Interior que reduzirá a proteção das espécies ameaçadas favorecendo interesses das mineradoras motivou mais de 300 mil mensagens do público. Autoridades dizem que pretendem analisálas no espaço de uma semana, prazo que Madia considera impossível. A pressa se dá porque uma lei entra em vigor entre 30 a 60 dias depois de estar concluída. Se isso não acontecer quando o novo presidente assumir o cargo, ele pode se recusar a aplicá-la.

[EcoDebate, 06/11/2008]

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