DETER registra no mês de setembro 587 km2 de desmatamento na Amazônia
[DETER records in the month of September 587 km2 of deforestation in the Amazon]
Importante ferramenta de suporte à fiscalização na Amazônia, o sistema DETER – Detecção do Desmatamento em Tempo Real, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica que no mês de setembro 587 km2 da floresta sofreram corte raso ou degradação progressiva.
Conforme descrito em seu site (www.obt.inpe.br/deter/), os dados do DETER não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da Amazônia, em função da resolução dos satélites e da cobertura de nuvens variável de um mês para outro. A informação sobre áreas é para priorização por parte das entidades responsáveis pela fiscalização. Sendo assim, o INPE alerta que o DETER deve ser usado apenas como indicador de tendências do desmatamento.
Do total de alertas indicados pelo DETER em setembro, 216 km2 foram registrados no Mato Grosso e 127 km2 no Pará. Maranhão, Rondônia e Amazonas tiveram, respectivamente, 97 km2, 91,5 km2 e 46 km2. Os demais estados da Amazônia Legal tiveram pouco ou nenhum desmatamento registrado pelo DETER.
Estes números, que consideram áreas que sofreram corte raso (desmate completo) ou degradação progressiva (floresta em processo de desmatamento), devem ser analisados em conjunto com os dados sobre a ocorrência de nuvens, que impedem o monitoramento por satélite. No mês de setembro, enquanto Mato Grosso e Rondônia puderam ser livremente observados, 63% do território do Pará, por exemplo, esteve coberto pelas nuvens. Confira aqui o relatório http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Deter_200809.pdf
Os dados do DETER referentes ao mês de outubro devem ser divulgados em 28 de novembro.
Avaliação
O INPE faz a qualificação dos dados do DETER com imagens dos satélites Landsat e CBERS, que apresentam melhor resolução espacial que os sensores utilizados pelo DETER. O Relatório de Avaliação, disponível no site www.obt.inpe.br/deter, mostra que 93,4% das áreas apontadas pelo DETER em setembro foram confirmadas como desmatamento, comprovando que os Alertas do sistema são eficientes para orientar a fiscalização e indicar as áreas prioritárias para a vistoria de campo.
Foram avaliados 307 Alertas (ou polígonos de desmatamento), que representam 302 km2 ou 52% da área total dos Alertas (587 km2), amostragem considerada representativa e suficiente para a qualificação dos dados.
Da área total dos Alertas confirmados como desmatamento, 52,7% foi classificada como corte raso e 40,6% como floresta degradada. As áreas classificadas como floresta degradada de alta intensidade representaram 31,1% da área dos polígonos de Alerta e as de intensidade moderada e leve totalizaram 9,5%.
O DETER
Em operação desde 2004, o DETER foi concebido pelo INPE como um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. São mapeadas tanto áreas de corte raso quanto áreas em processo de desmatamento por degradação florestal. É possível detectar apenas polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares por conta da resolução dos sensores espaciais (o DETER utiliza dados do sensor MODIS do satélite Terra e do sensor WFI do satélite sino-brasileiro CBERS, com resolução espacial de 250 metros). Devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema.
Contudo, a menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos. Todos os dados do DETER são públicos e podem ser consultados no site www.obt.inpe.br/deter/
Texto do INPE
[EcoDebate, 30/10/2008]
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