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Universidade da ONU pede mais pesquisas sobre os impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos


Foto: Jaspreet Kindra/IRIN

A Universidade da ONU (United Nations University, UNU), em documento divulgado nesta semana, destaca a necessidade de que sejam desenvolvidos novos modelos matemáticos e computacionais para avaliar os impactos das mudanças climáticas nos “estoques” de água potável e nos sistemas de gerenciamento de efluentes (químicos e orgânicos). A universidade destaca que estes modelos são urgentes, diante do crescimento das crises hídricas, em razão do aquecimento global. Por Henrique Cortez*, do EcoDebate.

“Nós necessitamos de mais investimentos no desenvolvimento de modelos de predição, melhorando os programas de monitoramento e reduzindo a incerteza dos impactos potenciais”, disse Corinne Wallace, pesquisadora chefe de água e saúde (UNU’s International Network on Water, Environment and Health) e co-autora do documento.

Disse, ainda, que ” É necessário validar modelos que prevejam o impacto das mudanças climáticas na água, sistemas de saneamento, disponibilidade hídrica, qualidade da água e doenças por veiculação hídrica”.

O documento destaca que as atuais previsões indicam que as mudanças climáticas podem causar chuvas mais intensas e menores períodos de tempo em várias regiões do planeta, causando inundações e aumentando o risco de aumentar a “mobilidade” de patógenos e outros contaminantes químicos e/ou orgânicos. Em outras regiões poderá ocorrer exatamente o contrário, aumentando o stress hídrico e a desertificação.

As mudanças climáticas também podem afetar severamente os sistemas de abastecimento e saneamento, cuja infraestrutura, operação e gerenciamento foram concebidos sem incorporar as informações dos riscos decorrentes das mudanças climáticas. Um exemplo disto é percebido nas enchentes na Europa, em 2002 e as ondas de calor, em 2003, que colocaram a infraestrura de abastecimento e saneamento à beira do colapso.

Sem avaliar os reais impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos não haverá como redimensionar os serviços para uma nova escala operacional.

Em outra frente, o aumento do nível dos oceanos pode afetar os aqüíferos costeiros, reduzindo a disponibilidade hídrica em vastas regiões do planeta.

O crescimento do stress hídrico e da desertificação, nas regiões mais pobres do planeta, também pode gerar grandes ondas de refugiados ambientais, que, inclusive, também estarão expostos a maiores riscos epidêmicos (sobre a questão dos refugiados ambientais sugerimos que leiam “Refugiados ambientais serão mais de 200 milhões até 2050” e “Refugiados ambientais, a dimensão humana do aquecimento global“)

[EcoDebate, 24/10/2008]

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