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Notícia

Incerteza na economia contribui para queda do desmatamento

O clima de incerteza decorrente da crise econômica e os custos elevados de produção contribuiram para a redução do desmatamento da Amazônia Legal. O relatório do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelou perda de 102 quilômetros de florestas no mês de agosto, área 85% menor que os 663 quilômetros quadrados registrados em igual período no ano passado. Da Gazeta Mercantil, 07/10/2008.

“O pulso do desmatamento é regido pela economia e os principais vetores são a soja e a pecuária”, afirma Carlos Souza Jr., coordenador do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) que monitora a perda de floresta da Amazônia Legal. A série histórica do Imazon revela picos de desmatamento no período de 2000 a 2004 que podem ter criado um excedente de área para agricultura e pecuária que ainda não foi utilizado. Este fator também será analisado verificar se a redução de agosto ocorre por conta de sobra de espaço para plantio.

O mês de agosto marca o início do período de seca na região e dispara o início do desmatamento. Segundo Souza Jr, os dados de setembro mostrarão se a tendência de redução das derrubadas será mantida. O clima chuvoso que predomina a região com mais intensidade de dezembro a maio, ´funciona como um limitador para o corte de árvores e degradação da cobertura florestal. “Se analisarmos a série histórica verificamos que agosto e setembro são os meses críticos”, diz Souza Jr.

A pressão internacional de consumidores europeus contra produtos agrícolas cultivados em áreas desmatadas da Amazônia tem feito com que alguns municípios comecem a recuperar o passivo ambiental. O especialista do Imazon informa que na cidade de Paragominas, no estado do Pará, já existe um pacto firmado para reduzir a derrubada de florestas.

De acordo com o relatório do Imazon, o rastreamento realizado pelo sistema foi afetado pelas núvens que cobriram 36% do território da Amazônia Legal impedindo a verificação da cobertura do Amapá, Roraima, Amazonas e norte do Pará.

Por este motivo, o instituto considera a possibilidade de os números relacionada à área desmatada serem maiores. Segundo Souza Jr., foram queimadas muitas florestas e os novos dados deverão mostrar se o fogo foi acidental ou se ocorreu a ocupação do terreno.

Pará perde mais

A perda de florestas foi maior no Pará, responsável por 59% dos cortes de árvores na região. O Amazonas perdeu 20% das florestas e o Mato Grosso reduziu em 6% sua cobertura.

A derrubada de florestas foi de 10,5% nas áreas de assentamento de reforma agrária, 7% nas Unidades de Conservação e de 1% registrado em reservas indígenas. O município de Iracema, em Roraima, e Jacaré-Açú, em Novo ReparO sistema de rastreamento da Amazônia Legal detecta o desflorestamento de grandes áreas de, no mínimo, 6,5 hectares. Os critérios são diferentes dos utilizados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) que aponta a degradação e o corte raso.

[EcoDebate, 08/10/2008]

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