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Chile, em uma década, aumentou seu cultivo orgânico em 18 vezes


O mercado internacional de produtos orgânicos está estimado em US$ 60 bilhões, incluídos os produtos frescos ou processados. De “olho” neste grande mercado internacional o Chile, em uma década, aumentou seu cultivo orgânico em 18 vezes, visando atingir, em exportações, um valor estimado em US$ 100 bilhões em 2010. Por Henrique Cortez*, do EcoDebate.

Para incentivar a produção de culturas orgânicas, o Instituto de Desenvolvimento Agrícola (Instituto de Desarrollo Agropecuario INDAP) e da Associação de Agricultura Orgânica do Chile (Agrupación de Agricultura Orgánica de Chile AAOCH) assinaram um acordo de cooperação técnica, que visa incorporar mais intensamente os pequenos produtores agrícolas, neste tipo de produção.

O Instituto de Desenvolvimento Agrícola é um órgão do ministério da agricultura chileno e, sua integração à agricultura orgânica é uma demonstração de que esta é uma decisão de governo, passando a integrar as políticas públicas para agricultura.

O Chile tem vantagens comparativas em relação aos seus concorrentes, principalmente em termos de diversidade de culturas e controle fitosanitário. Além disso, o Chile possui um órgão específico, criado por lei, que garante e certifica oficialmente a gestão de produtos orgânicos, para facilitar a sua inserção nos mercados internacionais.

Estima-se que há mais de 51 milhões de hectares certificados como orgânicos no mundo, dos quais 31 milhões de hectares são áreas cultivadas e 19,7 milhões de hectares em áreas de colheita silvestre.

No Chile, em oito anos, a área total certificada como orgânica, aumentou de 2.678 hectares para mais de 48.000 hectares.

”Em nosso país a produção orgânica é feita por pequenos e médios produtores, e é por isso que a agricultura familiar camponesa desempenha um papel primordial neste domínio”,diz Jose Antonio Benavente, presidente associação dos agricultores orgânicos.

O líder da Associação de Agricultura Orgânica, explicou que essa aliança com o INDAP visa coordenar o desenvolvimento de projetos econômicos, no domínio da agricultura orgânica e promover a pesquisa, no sentido de alcançar uma produção sustentável e, assim, entrar num mercado internacional competitivo, que, a cada vez, mais exige dos produtos agrícolas orgânicos.

No caso brasileiro, o selo federal e a rotulagem de produtos orgânicos permanecem “adormecidos” na casa civil, desde novembro de 2007 [Legislação definirá rotulagem e certificação de produtos orgânicos].

* Com informações da Asociación de Consumidores Orgánicos – Quebrada #67 – San Miguel de Allende – Guanajuato, Mexico

[EcoDebate, 22/09/2008]