AIEA mostra diferenças entre critérios de segurança nuclear na Alemanha
Berlim, 19 set (EFE) – O teste ao qual a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) submeteu a Alemanha neste mês evidenciou hoje as divergências entre o Executivo federal e quatro estados federados que rejeitaram participar da inspeção voluntária, da qual apenas Baden-Württemberg participou.
O ministro do Meio Ambiente alemão, Sigmar Gabriel, informou hoje em entrevista coletiva que os Länder (estados federados) de Baviera, Schleswig-Holstein, Baixa Saxônia e Hesse – todos eles com usinas nucleares – não quiseram participar do processo de avaliação de seus órgãos reguladores de segurança.
“Acho que temem que a inspeção da AIEA abra um debate sobre a distribuição de responsabilidades em matéria de segurança entre o Estado e os Länder”, explicou o ministro, que defendeu que o Governo federal “retenha competências importantes” em matéria nuclear.
A missão Serviço Integrado de Revisão Regulatória (IRRS, em inglês) da AIEA não inspeciona as usinas nucleares em si, mas submete a testes os órgãos de regulação que fixam as normas de segurança pelas quais essas instalações são regidas, explicou.
O inspetor-chefe do corpo regulador nuclear, Mike Weightman, elogiou o esforço, a preparação e a dedicação dos funcionários de segurança do Ministério do Meio Ambiente e do estado de Baden-Württemberg e pediu a unificação dos critérios de segurança federal e regional.
O teste incluiu a análise da informação de regulação técnica, reuniões e debates pessoas dos corpos reguladores de segurança e uma visita à central de Neckarwestheim 1 para supervisionar os métodos de trabalho dos inspetores alemães.
Os resultados do teste, que serão conhecidos em relatório dentro de dois meses, serão utilizados pelo Governo para fixar um plano de ação que inclua as recomendações da AIEA e do qual Gabriel espera que os estados federados possam tomar nota.
Entre as sugestões feitas à Alemanha, antecipadas hoje por Weightmann, está a melhoria na comunicação e na troca de informação entre o Executivo federal e as autoridades dos Länder.
Matéria da Agência EFE, publicada no UOL Notícias, 19/09/2008 – 12h27.
[EcoDebate, 20/09/2008]