Por causa do Complexo Madeira, governo é duramente criticado em reunião do Conama, por Ivaneide Bandeira Cardozo
Foi um verdadeiro circo dos horrorres, o Sr. Manoel Messias – O profeta da HECATOMBE do rio Madeira, não explicou nada, passou os 10 minutos estipulado pela presidencia da mesa Sra. Isabela, tentando enrolar os conselheiros, desmonstrou não conhecer o que estava no Parecer da equipe técnica do IBAMA. Telma Monteiro que vem assessorando a Kanindé e a APROMAC (vale lembrar que voluntariamente) , questionou baseada no Parecer o porque a LI foi concedida se as condicionantes não foram cumpridas e que não havia tempo hábil para tanto. Leu um trecho do Parecer onde tratar de que haverá uma hecatombe no madeira(mostrou inclusive fotos de áreas completamente secas com navios encalhados), bem como o texto final do parecer onde não recomenda o empreendimento. Pasmem! não houve resposta, ficando de ser encaminhada por escrito. Isto porque Zuleica e eu pedimos formalmente.
Tambem, foi dito por Messias que havia ouvido falar em violação dos direitos dos ribeirinhos, mas que não tinha nada confirmado.
Fiz a manifestação dizendo que realmente estava havendo a violação dos direitos e entreguei ao mesmo o documento da ADA e a denuncia feita pelo ribeirinho e protocoladas no MPE. Portanto, estes documentos devem constar no relatório do CONAMA e deverão ser respondido pelo IBAMA.
A FUNAI de forma vergonhosa apresentou que deu o OK para o empreendimento, devendo as empreiteiras bancarem as ações da coordenação de indios isolados, e bancar ações de saúde na Karitiana, Karipuna e isolados. Ou seja vendeu os indios.
Fiquei tão revoltada com a fala da FUNAI que os acusei de serem responsáveis pelo genocídio dos indios isolados, e disse a eles que a proposta do Jirau fica a 14 km de uma das áreas de ocupação dos isolados, e que os indios morreram com os efeitos dos acampamentos, alagamento, etc. Fiquei tão revoltada, de ver que o órgão que deveria proteger os direitos indígena os condena a morte, que muitos questionamentos que tinha pensando em fazer, não foram feitos.
Entreguei a FUNAI e a presidencia da mesa a publicação do GTA “O fim da floresta”, pois ficou claro que a FUNAI não sabe nada sobre a situação indígena em Rondônia, se não for coisa pior.
Zuleica fez uma série de questionamentos, mas infelizmente a mesa não nos deixava falar. Era como se houvesse uma blindagem em torno da hidrelétrica.
Tinhamos no dia anterior tido uma reunião com o embaixador da Bolivia, que nos pediu ajudar, para que pudessemos fazer os questionamentos sobre os impactos no lado Boliviano, pois eles estavam muito preocupados.
Durante sua falar a Telma fez o questionamentos sobre os impactos na Bolivia, mais uma vez ficamos sem resposta.
O Brent, que estava assistindo pode dar um relato melhor, pois fiquei tão transtornada com o que ouvi da FUNAI, que não conseguia pensar como aquilo podia esta acontecendo.
Até agora estou meio tonta e com uma dor imensa no pescoço, pensei que iria ter um troço.
O livro do Glenn “Águas turva” foi entregue a mesa e ao Sr. Messias pela Telma.
Sai daquele lugar com uma certeza, este Governo não se importa com a vida dos indios, dos ribeirinhos e nem com a do povo de Porto Velho e das cidades que serão impactadas.
Só nos resta a via judicial, se quisermos impedir que vidas e o meio ambiente seja destruído.
Precisamos cada vez mais nos unirmos e buscarmos recursos para entrar na justiça, talvez assim tenhamos algum sucesso.
Meus sinceros agradecimentos ao Brent e a Telma, Cristina, Yvi, Osorio, Zuleica, Esmeraldi,Marcio que estiveram lá nos dando todo apoio e defendendo nossas propostas.
Vamos aguardar as respostas e ver o que podemos fazer, pois certamente o Governo e o setor privado estão andando de mãos dadas para em nome do desenvolvimento destruir o meio ambiente e os povos indígenas.
abraços
Neidinha (Ivaneide Bandeira Cardozo)
Relato enviado pelo Movimento Ambiental Os Verdes Tapes/RS
[EcoDebate, 17/09/2008]