Fundo de compensação para redução do desmatamento racha conferência climática da ONU
Os 160 países participantes da conferência climática da ONU em Gana se dividiram na sexta-feira a respeito de como compensar os países que reduzirem o desmatamento, responsável por até 20 por cento das emissões de gases do efeito estufa. Por Alister Doyle, da Agência Reuters.
Seria preciso reunir um fundo de bilhões de dólares, e para isso as sugestões variam de um mercado com créditos pelo carbono retido nas árvores, um aumento das doações dos países ricos e impostos sobre a navegação e as passagens aéreas, entre outros.
“Para muitos países em desenvolvimento, evitar o desmatamento é a única forma de participarem do regime [de mitigação] da mudança climática e captar alguns benefícios”, disse à Reuters Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, durante a conferência, que reúne 1.500 delegados entre 21 e 27 de agosto.
Em 2007, uma conferência climática em Bali decidiu explorar formas para recompensar as pessoas do Terceiro Mundo que deixam as florestas intactas, evitando o agravamento do efeito estufa.
A conferência de Acra discute detalhes de um plano que permita a aprovação, em 2009, de um novo tratado que substitua o Protocolo de Kyoto.
“Achamos isso particularmente relevante para a África. Queremos que esse próximo regime climático beneficie a África”, disse Brice Lalonde, representante da França, falando em nome da União Européia.
Segundo ele, a UE está disposta a destinar ajuda extra ou desenvolver novas formas de comércio de carbono. O Parlamento europeu aprovou neste ano o leilão de 15 por cento das emissões da aviação, com os recursos destinados ao combate ao desmatamento, entre outras medidas.
“Talvez vejamos uma nova alvorada para as florestas tropicais”, disse Lalonde.
(Matéria da Agência Reuters, publicada no UOL Notícias, 22/08/2008 – 18h39)
[EcoDebate, 23/08/2008]