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Pequim anuncia plano de emergência para reduzir poluição atmosférica


Pequim, 31 jul (Lusa) – O governo chinês divulgou nesta quinta-feira um conjunto de medidas de última hora para combater a nuvem de poluição que persiste sobre Pequim a pouco mais de uma semana dos Jogos Olímpicos. As autoridades chinesas vão fechar mais fábricas, reduzir ainda mais o número de veículos na capital e nas cidades vizinhas e interromper os trabalhos em todas as construções, afirmou o Ministério de Proteção Ambiental, em comunicado divulgado na internet.

A nota diz que serão fechadas mais 222 fábricas em Pequim, na província vizinha de Hebei e na cidade de Tianjin se as más condições atmosféricas se mantiverem. Os automóveis cujo último dígito da placa coincidir com o último algarismo da data também não poderão circular nos mesmos locais.

O comunicado detalha o plano que já havia sido anunciado no início da semana para o caso de as condições atmosféricas piorarem.

O vento e a chuva ajudaram a aliviar as condições do ar na capital chinesa no início da semana, mas Pequim voltou a acordar nesta quinta-feira sob uma densa camada de poluição.

Segundo estudo do Ministério do Meio Ambiente chinês, em junho de 2007, a concentração média de substâncias poluentes por metro quadrado nas maiores cidades chinesas, incluindo Pequim, era de 0,053 miligrama de dióxido de enxofre, 0,035 miligrama de dióxido de nitrogênio e 0,1 miligrama de partículas em suspensão.

Pequim já havia tomado medidas enérgicas para reduzir a poluição devido à pressão do Comitê Olímpico Internacional e às fortes críticas de atletas e grupos ambientalistas. Por várias vezes, a cidade foi alertada que provas como a maratona poderiam ser adiadas ou canceladas se os níveis de poluição se mantivessem elevados.

A medida antipoluição mais drástica tomada por Pequim foi a recente imposição do rodízio de veículos alternando placas de final par e ímpar. No mesmo dia em que a norma de circulação entrou em vigor, 20 de julho, cem empresas poluidoras e vários canteiros de obras foram fechados.

“Estamos no bom caminho para satisfazer as promessas que fizemos de assegurar uma boa qualidade do ar para os Jogos Olímpicos”, afirmou recentemente Du Xiaozhong, subdiretor do departamento de proteção ambiental de Pequim.

De acordo com Du, a China gastou mais de U$ 20 bilhões desde 1998 para melhorar as condições ambientais de Pequim.

A capital chinesa e as zonas circundantes apresentam alguns dos piores níveis de dióxido de nitrogênio do mundo, segundo imagens de satélite captadas pela Agência Espacial Européia, em 2005.

Um agravante nesta época do ano é o clima, já que no verão chinês é comum a cidade de Pequim registrar o fenômeno da inversão térmica e vento não suficiente para dispersar os poluentes.

Da Agência Lusa, 31-07-2008 10:29:44

[EcoDebate, 01/08/2008]