China: Poluição, principal causa de doenças
30% do país recebe chuva ácida
O crescimento de dois dígitos das últimas três décadas levou prosperidade à China, mas impôs um elevado custo ambiental e humano. Neste ano, o país asiático ultrapassou os Estados Unidos e assumiu a primeira posição entre os maiores emissores de gases que provocam efeito estufa, e a poluição é a principal causa de morte por doença entre seus habitantes. Por Cláudia Trevisan, PEQUIM, no O Estado de S.Paulo, Quarta-Feira, 30 de Julho de 2008.
Apesar de assumir a liderança global, a China ainda tem uma emissão de gases per capita equivalente a um quinto da norte-americana, um indício de que sua contribuição à poluição mundial continuará a crescer, na medida em que a renda de sua população aumente.
A origem da forte elevação da poluição na China é a rápida industrialização e o processo acelerado de urbanização dos últimos 30 anos. Entre 2000 e 2006, o número de habitantes das cidades aumentou em 120 milhões, para um total de 580 milhões, o que significa maior demanda por transporte e consumo.
O grande problema é que a principal fonte da energia para sustentar esse ritmo de expansão é o carvão, o mais poluente dos combustíveis fósseis, que responde por 68% da demanda chinesa.
Como resultado desse cenário, 70% dos rios, lagos e reservatórios da China apresentam algum grau de poluição, 30% de seu território recebe chuva ácida e 20 das 30 cidades mais poluídas do mundo estão dentro de suas fronteiras.
No ano passado, o Banco Mundial divulgou estudo segundo o qual a poluição provoca prejuízos anuais equivalentes a 5,8% do PIB chinês, algo como US$ 200 bilhões. A maior parte – 4,3% do PIB – diz respeito à morte prematura de pessoas decorrente da má qualidade do ar ou da água. O 1,5% restante é relacionado a danos materiais.
Muitos dos milhares de protestos ocorrem no interior da China e a cada ano são provocados por camponeses que perdem suas lavouras em razão da poluição de rios e da terra por projetos industriais.
A integração de 1,3 bilhão de pessoas ao mercado consumidor global é um processo que traz danos ambientais imensos. A cada dia, os chineses usam 3 bilhões de sacolas plásticas, a maioria das quais são descartadas de maneira imprópria.
A utilização de 45 bilhões de pares de palitos descartáveis para comer a cada ano gera um pequeno desastre ecológico, com a derrubada de 25 milhões de árvores, o equivalente à quantidade plantada pela ONG norte-americana American Forest desde 1990 nos Estados Unidos e no restante do mundo.
O governo chinês sabe que a poluição e a exaustão dos recursos naturais são uma ameaça à própria manutenção do atual ritmo de crescimento econômico. O país está entre os que mais investem em fontes alternativas de energia, como eólica, solar e nuclear, e tem metas ambiciosas de redução de emissões até 2010.
[EcoDebate, 31/07/2008]
Nota do EcoDebate:
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A China tenta esconder seus problemas e ser tornar uma nação perfeita.Mas o que eles n observam é que são extremamente egoistas com o mundo e com eles mesmos,já que são eles os mais prejudicados com essa alta poluição.