Jordânia anuncia um mega-projeto de exploração do aqüífero Qa Disi
A Jordânia anunciou, no domingo, a contratação e início de um projeto de abastecimento de água, para a capital Amã, orçado em US$ 1 bi (R$ 1,54 bi) , através da exploração de um aqüífero “fóssil”.
O Ministro de Recursos Hídricos, Raed Abu, anunciou um plano para extrair 100 milhões de metros cúbicos de água por ano, partir do aqüífero Qa Disi, um aqüífero “fóssil”, com idade estimada de 300 mil anos. O aqüífero Qa Disi é localizado a 325 quilômetros ao sul de Amã e a 55 km noroeste de Aqaba, próximo à fronteira com a Arábia Saudita. Por Henrique Cortez, do EcoDebate, com Agências.
A Jordânia possui 92% de seu território em áreas desertas e a expansão do bombeamento do aqüífero Qa Disi é fonte de permanente desgaste diplomático com a Arábia Saudita, que também explora as suas águas fósseis.
O projeto prevê a utilização 250 mil toneladas de aço e a perfuração de 55 poços para bombear a água de Disi a Amã, onde o consumo diário per capita da sua população, de 2.2 milhões, é estimado em 160 litros (42 galões).
A população da Jordânia, atualmente com seis milhões pessoas, cresce quase 3,5% ao ano e o abastecimento, baseado em recarga pluvial, já é insuficiente. Adicionalmente, desde a invasão do Iraque em 2003, a Jordânia já recebeu 750 mil refugiados, o que aumentou a procura pela água.
A crise alimentar, que também ameaça o oriente médio, levou a Jordânia a rediscutir o uso e acesso à água, visando aumentar a sua produção agrícola. Atual consumo da água é cerca de 900 milhões de metros cúbicos por ano.
O Ministério de Recursos Hídricos garante a oferta em 1,6 bilhões de metros cúbicos de água por ano, para atender suas necessidades até 2015.
As autoridades da Arábia Saudita ainda não se manifestaram quanto ao aumento da exploração do Qa Disi, o que pode ser novamente crítico, tendo em vista que ele é um aqüífero não renovável.
[Ecodebate, 28/07/2008]