Desprendimento de gelo na Antártida afeta a biodiversidade
WASHINGTON – O desprendimento de gelo como resultado da mudança climática está dizimando a biodiversidade nas águas pouco profundas da Antártida, afirma um estudo divulgado nesta quinta-feira, 17, na revista Science. Da Agência EFE, no Estadao.com.br, quinta-feira, 17 de julho de 2008, 14:53.
Esse problema poderia ter conseqüências graves para as criaturas oceânicas, como os vermes antárticos, aranhas marinhas e ouriços do mar, por causa da redução na plataforma de gelo, assinala o estudo realizado por cientistas do Instituto Antártico Britânico, na península ocidental da Antártida.
Segundo os cientistas, o desprendimento do gelo tem uma estreita ligação com a duração do que qualificam como “o gelo marinho de inverno”.
Acrescentam que esse gelo diminuiu drasticamente, tanto em área coberta como em duração, em toda a região durante as últimas décadas, devido à mudança climática.
Este aumento nas mudanças dos icebergs e sua influência sobre o fundo marinho, onde se desenvolve cerca de 80% da vida antártica, poderia ter conseqüências graves para os animais a uma profundidade de cerca de 500 metros, disseram os cientistas no estudo.
Segundo Dan Smale, cientista do Instituto Antártico Britânico, até o momento se acreditava que as alterações poderiam ser controladas pela formação de gelo no inverno, mas ninguém havia feito as medições correspondentes.
O informe do estudo indicou que os mergulhadores do Instituto mantiveram instaladas, durante cinco anos, pequenas redes de concreto no fundo do mar, para determinar a freqüência dos desprendimentos e verificar seu efeito através da análise do impacto que haviam recebido.
Segundo Smale, durante as temporadas com bastante gelo de inverno, a alteração era relativamente baixa.
Ao contrário, em anos de baixa formação de gelo o fundo marinho recebia o impacto dos gelos desprendidos.
O aumento do desprendimento dos icebergs sobre o fundo marinho alterava o tipo e o número das criaturas marinhas e poderia causar mudanças na distribuição de espécies chave, indicou o estudo.
[EcoDebate, 18/07/2008]