Vídeo: O Outro Olhar mostra um projeto em Pernambuco de autogestão e economia solidária
A experiência é realizada por trabalhadores de canaviais. Nela, os próprios trabalhadores assumiram a direção da usina de cana-de-açúcar. Da Agência Brasil.
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Jefferson Pinheiro
repórter da Catarse – Coletivo de Comunicação
www.agenciasubverta.blogspot.com
“Depois de assistir o “Outro Olhar” fica fácil entender que esse, sim, seria o caminho do desenvolvimento sustentável ou da Agricultura Familiar”. A esperança é que a publicidade desse modelo de iniciativa possa proliferar por esse Brasil afora, e assim, amenizar a fome desses brasileiros não menos importantes que os outros conceituados como personalidades. Esses trabalhadores sim são verdadeiramente, personalidades. Por falar em fome, às vezes, o homem pobre se adapta tão bem que “dá desgraça acha graça”.
Certa vez, em 1958, eu que contava com seis anos de idade e morava vizinho de uma escola rural, foi quando passei por uma experiência inesquecível. Na escola havia uma professora que vinha da cidade e permanecia nos dois períodos, isto é, manhã e tarde. No meio dos dois períodos ela se dirigia a uma pequena cozinha e ali esquentava o almoço. Na minha casa passávamos por dificuldades e por conta disso descobri que a professora fazia arroz, feijão e lingüiça (suína). O cheiro da lingüiça recendia nas imediações, assim, sem que ninguém soubesse, eu entrava na escola e permanecia no corredor e ali ficava sentindo o cheiro formidável daquele almoço. Depois de alguns dias fui descoberto pelo servente da escola e, ele me perguntou: menino o que você está fazendo aqui? Eu com vergonha, respondi: estou sustentando meu nariz. Ele, o servente sorriu por demais da conta. Eu corri pra minha casa. No outro dia, por vergonha não fui ao corredor e permaneci em casa. Desculpem, mas nesse momento estou sentido um nó na minha garganta e meus olhos lacrimejam, aguardem um pouquinho, por favor…………………………………………………………………………………………, continuando: de repente, alguém bateu palmas e minha mãe foi atender a porta, eu a segui e para minha surpresa ali estava a professora que trazia uma marmita com arroz, feijão e lingüiça. Vocês podem não acreditar, mas até hoje eu adoro esse prato.
Em tempo: eu persisto para que muitos brasileiros deixem de viver de cheiro, enquanto poucos se fartam e desperdiçam.
Qual vai ser o seu almoço hoje?
Desculpe pela emoção.
Um grande abraço.
Jorge Gerônimo Hipólito