Vídeo: O número de jovens que agem pensando no meio ambiente caiu de 64% para 47%

Quando se vai a escola para desenvolver educação ambiental se percebe que “muitos dos alunos participam apenas por obrigação”, independentemente, da escola ser pública ou particular. Na escola pública, a maioria dos alunos é pobre, nesse caso, o alcance da educação seria mais no dia-a-dia. Nas escolas particulares o alcance poderia ser maior, pois muitos dos alunos são filhos de empreendedores, por exemplo, do agronegócio. Infelizmente, o que eles assistem em casa (fazenda, indústria etc.) “diverge do que se tenta ensinar”. Evidentemente, e com exceção, os filhos de hoje que serão os pais de amanhã, não vêem motivação na preservação do meio ambiente, uma vez que o conforto em que vivem impossibilita a visão de um desenvolvimento sustentável.
Certa vez, ao termino de uma palestra ambiental fiquei cercado de alunos que faziam perguntas das mais diversas, de repente, a professora se aproxima e pergunta sobre o que ela deveria fazer para desmatar dois alqueires de mata nativa? Eu pergunto a ela, quantos alqueires têm a propriedade e quantos de mata nativa? Ela responde que a propriedade tem vinte alqueires sendo que apenas dois com cobertura florestal. E a senhora quer desmatar esses dois? Na verdade a sua propriedade deveria ter quatro alqueires de reserva legal e averbados a margem da escritura. Ela olhou para mim e disse: aquilo lá serve apenas para criar lagartos. Ambientalmente, devo dizer que foi o dia em que me senti mais frustrado ao longo dos meus vinte e seis anos de policiamento ambiental. Eu tive o pressentimento que a professora não tinha noção nem da importância do lagarto. Mas, considerando a heterogeneidade da nossa sociedade, bem como da nossa educação, o ocorrido também pode ser considerado normal.

One thought on “Vídeo: O número de jovens que agem pensando no meio ambiente caiu de 64% para 47%”

Jorge Gerônimo Hipólito

19/07/2008 em 15:17

Quando se vai a escola para desenvolver educação ambiental se percebe que “muitos dos alunos participam apenas por obrigação”, independentemente, da escola ser pública ou particular. Na escola pública, a maioria dos alunos é pobre, nesse caso, o alcance da educação seria mais no dia-a-dia. Nas escolas particulares o alcance poderia ser maior, pois muitos dos alunos são filhos de empreendedores, por exemplo, do agronegócio. Infelizmente, o que eles assistem em casa (fazenda, indústria etc.) “diverge do que se tenta ensinar”. Evidentemente, e com exceção, os filhos de hoje que serão os pais de amanhã, não vêem motivação na preservação do meio ambiente, uma vez que o conforto em que vivem impossibilita a visão de um desenvolvimento sustentável.
Certa vez, ao termino de uma palestra ambiental fiquei cercado de alunos que faziam perguntas das mais diversas, de repente, a professora se aproxima e pergunta sobre o que ela deveria fazer para desmatar dois alqueires de mata nativa? Eu pergunto a ela, quantos alqueires têm a propriedade e quantos de mata nativa? Ela responde que a propriedade tem vinte alqueires sendo que apenas dois com cobertura florestal. E a senhora quer desmatar esses dois? Na verdade a sua propriedade deveria ter quatro alqueires de reserva legal e averbados a margem da escritura. Ela olhou para mim e disse: aquilo lá serve apenas para criar lagartos. Ambientalmente, devo dizer que foi o dia em que me senti mais frustrado ao longo dos meus vinte e seis anos de policiamento ambiental. Eu tive o pressentimento que a professora não tinha noção nem da importância do lagarto. Mas, considerando a heterogeneidade da nossa sociedade, bem como da nossa educação, o ocorrido também pode ser considerado normal.

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